O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, descartou nesta sexta-feira um aumento das propinas nas Universidades no ano que vem, após uma semana de protestos de estudantes em todo o país, nos primeiros sinais de demonstração de força da geração pós-apartheid dos “Nascidos Livres”.
A polícia disparou balas de borracha, gás lacrimogéneo e granadas de efeito moral em estudantes, que atiraram pedras e sinalizadores perto dos Edifícios da União, onde o governo tem os seus escritórios em Pretória, exigindo que Zuma saísse e falasse com eles.
Mas as autoridades temiam pela segurança do presidente, e Zuma permaneceu dentro do local e fez o anúncio sobre o congelamento das taxas através dos meios de comunicação.
“Nós decidimos contra (a saída), porque não era seguro”, disse um oficial de segurança à Reuters. “Havia alunos lá com pedras”, completou. Uma segunda fonte confirmou a mudança de planos.
O protesto marca uma semana de passeatas contra o aumento dos custos da educação universitária – cara demais para a maioria dos sul-africanos – no meio de frustrações com as desigualdades que persistem duas décadas após o fim do regime da maioria branca.
“Concordamos que haverá um aumento zero nas taxas universitárias em 2016”, disse Zuma após reunir-se em particular com líderes estudantis e directores universitários.
Alguns dos mais de 12.000 estudantes que se reuniram nos Edifícios da União em Pretória comemoraram o anúncio de Zuma, mas outros afirmam que a medida ficou aquém das suas exigências por uma educação gratuita.