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Presidente ruandês evita qualificar massacres no Burundi de genocídio

O Presidente ruandês, Paul Kagamé, admitiu terça-feira que pessoas inocentes morreram no Burundi, mas que ainda não está pronto para chamar isto de “genocídio”.

“Se vocês me perguntarem se há casos de assassinatos no Burundi, dir-lhes-ei que, sim, várias pessoas inocentes foram assassinadas(…) Mas não me cabe qualificar esta situação de genocídio”, declarou Kagamé durante uma conferência de imprensa realizada em Kigali.

Falando durante o encerramento da Comissão Anual do Diálogo Nacional, conhecido localmente pelo nome de « Umushyikirano », em Kinyarwanda (dialeto nacional), Kagamé sublinhou que o desejo do seu Governo é que o povo burundês resolva seus próprios problemas. Anunciou, além disso, que o Ruanda não dará o seu apoio a nenhuma missão africana de intervenção no Burundi.

A sua declaração surge alguns dias depois de homens armados terem executado várias pessoas em Bujumbura, a capital do Burundi, no quadro das buscas feitas de casa em casa pelas forças de segurança em procura de armas.

Vários relatórios indicam que as forças de segurança burundesas realizaram operações de revistas em casas durante as quais quase 90 pessoas morreram no bastião da oposição situado nos bairros de Matakura e Cibitoke, na cidade capital.

Na sequência destes ataques contra civis inocentes, Kagamé criticou, numa declaração virulenta, a crise neste país vizinho e o Presidente burundês, Pierre Nkurunziza, por ter procedido a “massacres”.

Os Estados Unidos da América, a União Europeia (UE) e a União Africana (UA) já advertiram o Presidente Kurunziza que corre o risco de mergulhar o país numa crise devido a um fluxo de circunstâncias susceptíveis de provocar um outro genocídio, similar ao perpetrado no Rwanda em 1994.

O Conselho de Segurança e Paz (CSP) da UA anunciou estar muito preocupado com a violência política no Burundi que pode provocar uma guerra civil e um tipo de conflito étnico que provocou massacres em massa no vizinho Ruanda em 1994.

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