O chefe do Estado de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, encarregou nesta terça-feira o líder do Partido Socialista, António Costa, de formar um novo governo, duas semanas depois de o Executivo conservador liderado por Pedro Passos Coelho ser derrubado no parlamento.
Em comunicado divulgado pela presidência da República, Cavaco Silva explicou que decidiu, “ouvidos os partidos políticos com representação parlamentar, indicar Dr. António Costa para Primeiro-Ministro”, após ouvir as respostas do líder socialista às suas dúvidas sobre o acordo conseguido com o resto da esquerda para garantir o seu apoio no parlamento.
O presidente português havia cobrado nesta segunda-feira que Costa esclarecesse seis questões que ele não considerava suficientemente garantidas no pacto assinado pelo PS com o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista e com os Verdes. Cavaco Silva exigiu mais garantias de que seu Executivo cumpriria as regras da União Europeia e respeitaria os compromissos derivados da filiação de Portugal à NATO, e pediu que Costa se certificasse que contaria com o apoio necessário para aprovar os orçamentos de Estado, especialmente o de 2016.
O líder socialista enviou ainda na segunda-feira um documento ao chefe do Estado – cujo conteúdo ainda não foi tornado público – e nesta terça-feira mesmo voltou a ser convocado pelo presidente para, finalmente, ser chamado a formar o governo.
No comunicado, Cavaco Silva considerou que a hipótese de manter o Executivo de Passos Coelho interinamente até a realização de eleições antecipadas – no mínimo em junho de 2016- “não correspondia ao interesse nacional”, o que levou a descartar esta opção.
Cavaco Silva – do mesmo partido de Passos Coelho – lembrou que, após a queda do governo conservador, teve nas últimas duas semanas cerca de 30 reuniões com personalidades de diferentes sectores da sociedade portuguesa para ouvir suas opiniões sobre qual seria a melhor solução para esta crise política.
