O presidente libanês aceitou neste sábado a renúncia do primeiro-ministro Najib Mikati, e pediu em seguida por um governo interino de “salvação” para assumir o país após um impasse político com o movimento Hezbollah.
Confrontos esporádicos foram reportados pelo terceiro dia seguido no país, que já luta para lidar com as consequências da violência e dos refugiados da Síria e sua guerra civil, três meses antes de uma já programada eleição parlamentar. Uma pessoa morreu e outras duas ficaram feridas em consequência de disparos de atiradores de elite em Trípoli, disseram moradores.
A renúncia do primeiro-ministro, anunciada na sexta-feira, ocorreu após um encontro ministerial de dois dias que terminou com um impasse por uma disputa com o grupo xiita Hezbollah, um movimento militante e político que dominou o cenário libanês nos últimos anos e ajudou a colocar Mitaki no posto de primeiro-ministro após derrubar o governo anterior.
Mitaki afirmou que entregou o pedido renúncia ao presidente Michel Suleiman. “Agora, é importante que o diálogo comece para que um governo de salvação seja estabelecido durante este difícil período”, escreveu Mitaki em sua conta no Twitter. “Agradeço a Deus por ter deixado o posto da mesma forma que entrei: com integridade.”
O Hezbollah se opôs a estender o mandato de uma importante autoridade de segurança, o general Ashraf Rifi, e à criação de um órgão de supervisão para as eleições de junho, que agora podem atrasar devido à queda do governo Mitaki.
Rifi, chefe das forças de segurança internas do Líbano, deve se aposentar no começo do próximo mês. Ele, como Mitaki, é um sunita de Trípoli, e não tem a confiança do Hezbollah.
Formar um governo interino pode demorar meses. De acordo com a divisão de poder libanesa, o primeiro-ministro precisa ser um muçulmano sunita, o presidente um cristão maronita e o presidente do Parlamento um muçulmano xiita.