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Presidente do Senegal pede mais ajuda a Obama contra islâmicos

O presidente do Senegal, Macky Sall, disse nesta sexta-feira que pediu ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, mais ajuda a países africanos que lutam contra uma ameaça islâmica no deserto do Saara, especialmente nas áreas de treinamento militar, material e inteligência.

Sall, que se reuniu com Obama em Dacar na quinta-feira na primeira etapa de uma viagem que também o levará à África do Sul e à Tanzânia, disse que eles haviam discutido a ameaça de grupos ligados à Al Qaeda na região vasta e sem lei do deserto, que vai de leste a oeste da África.

O Senegal faz fronteira com o Mali, onde militantes islâmicos armados tomaram o controle do norte do país no ano passado. A França lançou uma campanha militar em janeiro para expulsar os jihadistas, alertando que o seu enclave era uma ameaça para o Ocidente, mas grupos de combatentes têm se reunido nos desertos do sul da Líbia e do norte do Níger.

“Precisamos, na África, não apenas no Senegal, mas em toda a África, ter a capacidade militar para resolver este problema, mas precisamos de formação, precisamos de materiais, precisamos de inteligência”, disse Sall em entrevista à Reuters.

Os Estados Unidos, assim como a União Europeia e a França, têm um papel crucial ao ajudar países africanos a superar a falta de capacidade e de recursos militares, disse Sall. Os islâmicos se armaram com as armas roubadas dos estoques de Muammar Khaddafi depois que ele foi deposto na Líbia em 2011.

“Nós precisamos que nossos amigos cooperem conosco para ajudar a construir essas capacidades e acho que o presidente Obama entende que o terrorismo se move ao redor do mundo desde (os ataques de) 11 de setembro (de 2001)”, disse ele. “É uma ação global e eu acho que ele está pronto para trabalhar nesse sentido.”

Os Estados Unidos já posicionaram aviões não tripulados de vigilância e enviaram instrutores militares ao Níger para preparar as tropas africanas que farão parte de uma missão de paz da ONU de 12 militares no Mali, que deve começar a operar em 1º de julho. Os Estados Unidos conduziram por muitos anos treinos antiterrorista no Mali, mas a cooperação militar foi interrompida por um golpe em março de 2012 em Bamaco, provocado por um levante de islâmicos e separatistas tuaregues do norte.

Sall disse que Obama e ele concordaram que era essencial que as eleições presidenciais no Mali previstas para 28 de julho acontecessem, apesar da resistência de alguns grupos, a fim de completar o retorno à democracia.

Alguns grupos de direitos humanos disseram que o Mali não estará pronto para realizar as eleições e pediram para que o pleito fosse adiado, advertindo que uma votação malfeita poderia comprometer a legitimidade de um novo governo encarregado de acabar com as tensões étnicas e religiosas.

“Achamos, e discutimos isso, que em 28 de julho os malianos devem realizar eleições presidenciais. Acho que podemos realmente fazer isso”, disse Sall, cujo país enviou tropas para fazer parte da missão da ONU.

HORA DE CONSTRUIR RELAÇÕES MELHORES

Sall expressou confiança nas pretensões de Obama de dedicar mais atenção à África, após um primeiro mandato voltado para a crise financeira global e as guerras no Afeganistão e no Iraque. Muitos africanos têm visto o seu entusiasmo inicial com o primeiro presidente afrodescendente dos Estados Unidos se transformar em decepção, depois que ele visitou o continente apenas uma vez durante o seu primeiro mandato: uma escala de um dia em Gana logo após assumir o cargo em 2009.

“Hoje é o seu segundo mandato e chegou o momento para ele construir uma melhor relação entre os Estados Unidos e a África”, disse Sall. “A África é um lugar onde você pode investir e obter de volta o seu investimento muito facilmente … A sua visita à África vai facilitar o investimento norte-americano no continente.”

Sall afirmou que as empresas dos Estados Unidos estavam interessadas ??em investir no Senegal no setor de energia e projetos de infraestrutura, como rodovias e ferrovias.

O Senegal estava buscando parcerias com empresas norte-americanas para agregar valor, principalmente na agricultura, onde as empresas locais precisam de ajuda para cumprir as normas sanitárias norte-americanas.

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