As consequências do discurso perturbado sobre o estado da nação do Presidente Jacob Zuma, quinta-feira passada, continuam a fazer-se sentir em toda a África do Sul. No último evento registado, os partidos da oposição mobilizaram-se face aos ataques da presidente da Assembleia Nacional, Baleka Mbete, contra o líder dos “Combatentes da Liberdade Econômica (EFF)”, Julius Malema, que ela comparou a uma barata, no fim de semana passado.
Estes últimos projetam agora obter uma ordem do Tribunal que proíba Mbete de presidir aos debates, de terça-feira, consagrados ao discurso sobre o estado da nação do Presidente Jacob Zuma terminado no caos depois de as forças de segurança excluirem à força deputados culpados de ter interrompido o discurso de Zuma, pedindo-lhe esclarecimentos sobre os 20 milhões de dólares americanos gastos para as obras de reabilitação da sua residência privada.
Membros do partido da oposição oficial, a Aliança Democrática (DA), deixaram igualmente o hemiciclo, alegando uma “reunião urgente” para debater sobre a estratégia a adotar antes dos debates de terça-feira.
Mbete, que foi objeto de numerosas críticas pela maneira como ela geriu a derrocada no Parlamento, teria declarado que o Congresso Nacional Africano (ANC, no poder) deve combater os EFF.
“Se não unirmos as nossas forças, continuaremos a ter baratas como Malema que erram em toda parte”, disse.
Os analistas políticos advertiram que o termo “barata” frisa o discurso de ódio e foi utilizado pelas rádios no Ruanda para desumanizar os Tutsis antes do horrível genocídio de 1994 que fez 800 mil mortos.