O presidente de Burkina Fasso, Michel Kafando, anunciou nesta quarta-feira que ele e o seu governo estavam de volta ao poder, uma semana depois de um golpe de Estado, mas não ficou realmente claro quem está no comando do país, já que o líder da rebelião participou de uma actividade oficial.
“Eu já voltei ao trabalho”, disse Kafando a jornalistas no Ministério das Relações Exteriores. Em torno da mesma hora, a cerca de 5 quilómetros, o líder do golpe, general Gilbert Diendéré, apareceu no aeroporto, respaldado por um contingente da sua guarda presidencial, para receber líderes regionais que chegavam para tentar negociar um fim para a crise.
Tropas leais ao governo que chegaram de bases de todo o país para desarmar os líderes do golpe não eram visíveis nas ruas de Uagadugu. Além disso, os soldados da guarda presidencial mantiveram as suas posições na sede da televisão nacional, apesar de um acordo assinado durante a noite entre os dois lados, pelo qual eles permaneceriam nos quartéis para evitar confrontos.
O chefe do protocolo da Presidência, presente no aeroporto, disse à Reuters que uma cerimónia oficial durante a qual o poder seria devolvido às autoridades transitórias foi marcada para mais tarde nesta quarta-feira. Até então, Diendéré permaneceria no comando, afirmou.
Líderes da Nigéria, Senegal, Níger, Togo, Benin e Gana eram esperados na capital, numa demonstração da preocupação regional com um país que estava a menos de um mês das eleições, marcadas para 11 de Outubro, quando os soldados revelados invadiram o gabinete do governo. Eles devem reunir-se com os líderes do golpe e autoridades de transição para negociar um acordo final que restaure o governo civil de transição.