O presidente da Guiné, Alpha Condé, escapou ileso de um ataque com foguetes e tiros cometido por desconhecidos contra a sua residência na terça-feira. O incidente matou uma pessoa e deixou a casa dele crivada de projéteis.
Condé chegou ao poder em dezembro de 2010, após uma eleição que deveria marcar o início de uma nova fase para o país africano, marcado por décadas de golpes militares. Uma fonte presidencial disse que claramente se tratou de um atentado contra Condé, que foi às pressas à sede da emissora estatal de rádio e TV para pedir calma à população.
“Os nossos inimigos não serão capazes de impedir o progresso guineense”, disse o presidente na declaração que um repórter da Reuters viu ser gravada. “Apelo a vocês para que mantenham a calma… Deixem o Exército e as forças de segurança fazerem seu trabalho”, disse o presidente, de 73 anos, vestindo uma túnica africana tradicional e sem sinal de ferimentos. O pronunciamento deve ser transmitido ainda esta terça-feira por rádio e TV.
Testemunhas disseram que o atentado ocorreu na residência pessoal de Condé, no bairro de Kipe, na capital Conakry, na madrugada de terça-feira. O ataque teria durado quase duas horas, até ser contido pela guarda pessoal do presidente. “A cozinha está coberta de sangue, e parte do prédio está crivado de balas”, disse uma testemunha, que pediu anonimato e contou que o portão da residência foi explodido por um lançador de foguetes.
A fonte presidencial disse que um suspeito foi preso, mas não deu detalhes. Não há informações sobre a identidade da pessoa morta no atentado. Ao amanhecer, soldados montaram barreiras em toda a cidade e revistavam todos os veículos. Soldados em camionetes patrulhavam as ruas, mas poucos residentes ousaram sair de casa.
A Guiné, maior exportador mundial de minério de alumínio e bauxita, é uma ex-colônia francesa, independente desde 1958, vista com grande interesse por mineradoras internacionais. Depois da morte do veterano ditador Lansana Conté, em 2008, uma junta militar governou o país até a realização das primeiras eleições livres da sua história, que deu a vitória a Condé, líder histórico da oposição.