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Presidente Bouteflika consegue seu terceiro mandato na Argélia

O presidente argelino, Abdelaziz Bouteflika, foi reeleito para um terceiro mandato ao vencer por 90,24% dos votos nas eleições da vésepra, com uma participação recorde de 74,54%, segundo cifras divulgadas nesta sexta-feira pelo ministero do Interior, Yazid Zerhuni.

Luisa Hanun, presidente do Partido dos Trabalhadores (trotskista), ficou em segundo lugar, com 4,22% dos votos, seguida de Musa Tuati, da Frente Nacional Argelino (2,31%); Yahid Yunsi, do El Islã (islamita moderado, 1,37%), Ali Fawzi Rebaine, do nacionalista AHD-54 (0,93%) e Mohamed Said, do Partido da Justiça e da Liberdade (islamita moderado, 0,92%). Bouteflika, 72 anos, anunciou anteriormente que esperava vencer “por uma maioria esmagadora” no primeiro turno, e era apontado como o favorito nas pesquisas.

Eleito em 1999 e reeleito em 2004, com 84,99% dos votos, se apoirá nessas cifras para legitimar seu terceiro mandato graças a uma participação popular significativa. Os seis candidatos, que temiam uma abstenção em massa, basearam sua campanha na necessidade de os argelinos votassem para legalizar as eleições que os opositores tradicionais boicotaram.

Alguns candidatos já denunciaram casos de fraude e alegaram uma taxa de participação exagerada e inflada. No entanto, o chefe da missão de observação da Liga Árabe, Chadli Nefati, parabeneizou a organização do pleito e o clima sereno em que foi realizado. Além da Liga Árabe, a Argélia convidou a ONU, a Organização da Conferência Islâmica e a União Africana (UA) para acompanhar o desenvolvimento da votação. Bouteflika tem agora as mãos livres para continuar com sua política econômica e de reconciliação ncional.

Durante seu primeiro mandato concentrou seus esforços por restabelecer a paz no país, devastado pela violência islamita que durante os anos 90 deixou mais de 150.000 mortos. Brilhante orador em árabe e francês, de baixa estatura e calvo, Bouteflika nasceu em 2 de março de 1937, na cidade de Ujda (Marrocos), em uma família de Tlemcen (oeste da Argélia). Dirigiu a diplomacia argelina de 1963 a 1979, com um talento reconhecido inclusive por seus adversários, e quando o país era conhecido como “A Meca dos revolucionários”.

Em 1956, alistou-se no Exército de Libertação Nacional contra a presença francesa na Argélia. Com a independência, em 1962, foi eleito deputado por Tlemcen, antes de ocupar por meses a pasta da Juventude e dos Esportes, sob a presidência de Ahmed Ben Bella (1963-1965). Afastado do poder após a morte do presidente Huari Bumediene, em 1978, Bouteflika abandonou a vida política em 1981. Mas em abril de 1999, aceitou disputar as eleições presidenciais.

Venceu, apoiado pelo governo, após a desistência de seus seis adversários, que denunciaram uma iminente fraude eleitoral. Bouteflika colocou em prática sua política destinada a restabelecer a paz, sua prioridade.

O objetivo era reintegrar à sociedade os grupos armados que lutavam para criar uma república islâmica e herdou um país com alto nível de desemprego e forte queda do poder aquisitivo.

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