A presidência angolana da Comunidade dos países da Língua portuguesa (CPLP) poderá dar maior dinamismo a esta organização lusófona, considerando que nos últimos tempos este pais tem emergido como uma potencia regional, do continente africano e mesmo mundial.
Angola vai assumir a presidência da CPLP na próxima sexta-feira, em substituição de Portugal. Varias correntes que acompanham de perto a crescente ascensão e afirmação internacional de Angola são unânimes em afirmar que este pais vai jogar um papel importante na vida politica e económica não só a nível da CPLP, mas ainda na região austral da África, onde este pais se localiza.
O Embaixador moçambicano em Angola, António Matonse, esta optimista a este respeito ao afirmar que desde o fim da guerra civil que este pais tem emergido como potencia de nível internacional e se posicionado como actor de grande relevância em organizações tais como a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e na própria CPLP.
“Nos últimos cinco anos este pais tem registado um crescimento espantoso e a reconstrução nacional a decorrer amplamente. Alias, desde o fim da guerra que Angola tem emergido como potencia de nível internacional”, afirmou o diplomata moçambicano, falando a jornalistas moçambicanos que se encontram em Luanda para a cobertura da cimeira dos Chefes de Estado e Governo da CPLP, organização de que Moçambique faz parte.
O encontro vai decorrer entre Quinta e Sexta-feira, sob o lema “Solidariedade na Diversidade”. Moçambique se fará representar por uma delegação chefiada pelo Presidente Armando Guebuza, que devera desembarcar nesta cidade já na quinta-feira. De acordo com Matonse, Angola como Presidente da CPLP vai, certamente, transmitir esta sua presente forma de ser e estar a outros países, como vem acontecendo na promoção da paz na Republica Democrática do Congo (RDC), um pais que, tal como Angola e Moçambique, é membro da SADC. Este empenho também se estende ao Golfo da Guine.
Acredita-se ainda que Angola como um destino mundial de investimentos acabará influenciando a atracção desses mesmos investimentos para outros países, principalmente os da CPLP e SADC. Angola, um pais severamente destruído pela guerra civil, tem apenas oito anos de paz, um período considerado bastante curto, mas nem com isso o país tem estado a crescer a taxas superiores a dez por cento e que com o fim da recente crise financeira e económica mundial o crescimento poderá ainda registar outros níveis assinaláveis.
Alias, o Presidente português, Cavaco Silva, de visita a Angola e que tomará parte na cimeira, disse ser importante que se reconheça o notável progresso registado por este pais no campo económico, político e social, em apenas oito anos de paz.
“É preciso respeitar Angola, pelos progressos alcançados em apenas oito anos de paz”, disse o estadista português, em conferencia de imprensa realizada no palácio presidencial angolano, acrescentando que “é preciso lembrar, as vezes, qual foi o grau de destruição e de sofrimento do povo angolano nos anos da guerra”. Cavaco Silva também falou dos efeitos negativos da crise financeira e económica mundial para Angola, mas ele crê que o pais voltará a registar um crescimento acentuado.
Na sequencia desta crise, segundo soube a AIM em Luanda, o Governo angolano contraiu, nos anos 2008/09, no empresariado local, uma divida de nove mil milhões de dólares norte-americanos, valor que já esta sendo liquidado. Com efeito, esta semana, o Governo angolano emitiu um comunicado referindo que ate Junho ultimo já tinha desembolsado mil milhões de dólares em amortizações, prometendo continuar com os pagamentos ate a completa liquidação da divida o ‘mais brevemente possível’.
Com um universo de 250 milhões de falantes do português, um dos objectivos primordiais da CPLP é internacionalizar cada vez mais a sua língua e garantir a livre circulação de pessoas e bens no seio da comunidade.