Moçambique registou um aumento de 1,62 por cento no nível geral de preços, em Janeiro último, face ao mês de Dezembro de 2010, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) anunciados esta quarta-feira, em Maputo. Os preços de produtos alimentares e bebidas não alcoólicas sofreram o maior agravamento, contribuindo no nível geral dos preços com 1,18 pontos percentuais.
De acordo com Firmino Guiliche, director adjunto das contas nacionais e indicadores globais, que falava em conferencia de imprensa para apresentar o Índice de Preços no Consumidor (IPC), em relação ao período homólogo os preços de Janeiro do corrente ano registaram um agravamento na ordem de 16,2 por cento.
Para estes níveis, contribuíram as divisões de alimentação e bebidas não alcoólicas e da habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis, com variações de preços na ordem dos 20,02 e 15,86 por cento, respectivamente.
O aumento dos preços do tomate, coco, peixe fresco, congelado ou refrigerado, feijão manteiga, alface, arroz e camisas e blusas para senhoras teve impacto no total da inflação mensal.
Estes dados vêm contrariar aquela que devia ser a tendência dos preços no mês de Janeiro depois do período das festas de Natal e de Fim-de-Ano.
Para Guiliche, esta situação deriva do facto de em Janeiro as famílias terem despesas com a educação, nomeadamente: matrículas material escolar e uniforme. “As dimensões de educação e transporte também têm implicações no consumo das famílias e, portanto, nos preços. Desde 2010 verifica-se a tendência de não redução de preços em Janeiro, como era costume” frisou.
De salientar que no que concerne à educação, devido à crise de vagas nas escolas públicas, muitas famílias acabam optando por colocar os seus educandos em escolas privadas, o que tem as suas implicações nos gastos efectuados.
Enquanto isso, devido à carência de transporte, sobretudo na cidade de Maputo, cada membro de uma família acaba gastando o dobro ou triplo do que pagaria numa viagem por causa das ligações para chegar ao seu destino. O IPC foi elaborado tendo em conta dados recolhidos nas cidades de Maputo, Beira (Sofala) e Nampula.
Segundo Guiliche, a cidade de Maputo registou maior variação dos preços em Janeiro passado, na ordem de 2,05 por cento, seguido de Nampula com um aumento de 1,29 por cento. A cidade da Beira foi a que registou uma variação moderada, de 0,94 por cento.
De referir que o IPC de Janeiro deste ano apresenta algumas mudanças: introdução de mais 81 produtos, recolha semanal, mensal e periódica de dados, aumento do numero de lojas e mercados avaliados.
Por outro lado, houve incremento do total de observações e realização de estimativas automatizada para dados casos de preços não observados.