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Precariedades sociais preocupam Sérgio Faife!

Sérgio Faife: O (verdadeiro) mestre da táctica que “enche” o Moçambola

Depois de ter criado os seus netos, presentemente, a anciã Mónica Gertrudes*, acusada de feitiçaria, está abandonada à sua sorte. O seu quotidiano é a metáfora da precariedade em que se encontram muitos idosos em Moçambique.

Nos dias que correm é irrecusável que, no nosso país, a situação do idoso se mostra muito deplorável em quase toda nossa sociedade. Na verdade, os idosos são a vergonha que se expõe de forma gratuita perante o olhar, muitas vezes, impávido de todos nós, a sociedade. Aliás, isso é voz comum e, ao que tudo indica, trata-se de uma realidade que repugna qualquer pessoa.

No último fim-de-semana, o conhecido radialista e animador cultural moçambicano Sérgio Faife (que actualmente presta serviços à Rádio Super FM) dedicou um total de 48 horas de emissão radiofónica ininterrupta para combater um mal, cada vez mais, crescente no país, a discriminação da pessoa idosa.

A realização de uma emissão de longa duração e contínua, por parte de Sérgio Faife, não é nenhuma novidade. Na primeira edição do Super Faife 48 horas Non Stop – como decidiu rotular o evento – o radialista trabalhou durante um período de 40 horas.

Mas antes, recorde-se, este mesmo animador de programas de rádio e televisão já havia realizado iniciativas do mesmo género, como forma de testar a sua capacidade profissional, tendo dado início com uma programação de 18 horas.

Recordando-se da iniciativa protagonizada no ano 2010, cujo enfoque era a causa social de apoio às crianças desfavorecidas de um determinado orfanato, Sérgio Faife considera que os resultados são animadores. Mas, enquanto o problema prevalece, é apropriado não parar de combatê-lo.

De qualquer modo, a pertinência da necessidade de se transformar a realidade contra a qual Sérgio Faife trabalhou durante dois dias – sem dormir – pode ser avaliada igualmente pela sensibilidade manifestada por algumas empresas que, imediatamente, aceitaram apoiar a luta contra a discriminação à pessoa idosa que – na edição do ano em curso realizada na semana passada – animou os seus discursos.

Um total de 30 DJ´s foi seleccionado (na cidade de Maputo) para emprestar a sua sabedoria em matérias de animação musical, como forma de prender o ouvinte na estação emissora garantindo-se, assim, uma interacção social (na verdade, um debate) em volta do mesmo problema – a discriminação contra a pessoa idosa. No entanto, diga-se, as atracções do programa de Faife não se limitaram à componente musical.

“As pessoas podiam ficar atentas à emissão por gostarem do locutor, dos seus convidados, da variabilidade da música exposta, dos brindes que se ofereciam, bem como pela pertinência do tópico”, refere o locutor que acrescenta que “o mais importante é que as mensagens que – de diversos pontos do país – os ouvintes enviavam-lhe não eram caricatas como, por exemplo, as que tendem a endereçar um simples abraço aos amigos e familiares. Mas antes, as pessoas participavam com posições firmes no debate, ora, em realização”.

Explicando as razões da sua sensibilidade em relação às causas sociais como, por exemplo, a necessidade do apoio à pessoa desfavorecida, Sérgio Faife considera que “tenho realizado actividades que me aproximam muito das pessoas. Sinto o seu sofrimento. Por isso descobri que o microfone tem um grande poder na transformação da mente social”.

É em resultado disso que o apresentador, ciente de que a descriminação se manifesta de formas muito diferentes, pode afirmar que “quando alguém não visita a sua avó, não lhe dá apoio, ao mesmo tempo que lhe acusa de feiticeira, por exemplo, está a praticar um acto de discriminação”.

No sábado de manhã, altura em que @Verdade se fez presente à Rádio Super FM, diversas pessoas da terceira idade passaram pelo local para falar das suas experiências em relação ao mal, manifestando o seu repúdio. *O nome é fictício.

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