O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, recebeu na quarta-feira, em Maputo, cartas credenciais de novos embaixadores de Cuba, Alemanha, Africa do Sul e Índia no pais.
Trata-se de Rafael Aristides López (Cuba), Ulrich Klockner (Alemanha), Adikgang Moopeloa (Africa do Sul) e Ashok Amrohi, da Índia. Falando no final da cerimónia, havida na Presidência da República, o Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Balói, disse que os países cujos chefes de missões diplomáticas apresentaram as cartas credenciais são parceiros com excelentes relações de cooperação em vários domínios, entre eles o político e económico.
Em relação a Cuba, Baloi disse tratar-se de um país notável pela sua generosidade e coerência em matérias de cooperação internacional, não obstante o bloqueio económico imposto pelos Estados Unidos da América (EUA) e os frequentes desastres naturais que, nos últimos anos, têm atingido aquele país. Contudo, o Ministro disse que aquele país insular da América Latina tem uma vantagem muito grande, que é o capital humano onde, aliás, a cooperação com Moçambique incide sobretudo em áreas relacionadas com esse mesmo domínio, nomeadamente assistência técnica e a concessão de bolsas de estudo para estudantes moçambicanos.
“Esperamos que tão cedo quanto possível o bloqueio seja removido e Cuba possa aproveitar todo o seu potencial e, desta forma, Moçambique também beneficiar muito mais ainda da capacidade e potencial de Cuba”, disse. Em relação a Alemanha, o chefe da diplomacia moçambicana disse tratar-se de um dos principais parceiros de cooperação na área de Apoio Directo ao Orçamento, educação, desenvolvimento rural e descentralização.
A acreditação do novo embaixador alemão, segundo Baloi, será, sem dúvida, uma oportunidade para continuar a consolidar esses domínios e, sobretudo, fazer com que o impacto dos programas de ajuda contribua para promover o crescimento rápido de Moçambique e a sua rápida saída da pobreza. Em relação a África do Sul, o Ministro, afirmou tratar-se de um parceiro do país a nível da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), para alem de que do ponto de vista económico, politico e de cooperação as relações bilaterais são excelentes.
Balói sublinhou que existe uma complementaridade enorme entre as economias dos dois países bastando, aliás, para o efeito, referir que aquele país vizinho disputa posições do topo com os outros principais investidores (EUA, Grã Bretanha e Portugal) na economia moçambicana. O novo embaixador sul-africano, segundo a fonte, aflorou aspectos de relevo relacionados com a energia de fontes como o gás natural e das próprias hidroeléctricas e o uso da água.
Balói reconhece que o uso e aproveitamento do precioso líquido é um dos dramas que o país enfrenta porque muitas das bacias hidrográficas que desaguam no Oceano Índico atravessam o solo de Moçambique que, no entanto, não tem estado a fazer o devido aproveitamento. Contudo, o chefe da diplomacia moçambicana garante que continuar-se-á a trabalhar, quer a nível bilateral quer a nível da SADC, para fazer com que todos os países da região e no caso vertente Moçambique possa beneficiar desta sua localização no aproveitamento da água.
Com relação a Índia, outro gigante da economia mundial com o qual Moçambique tem excelentes relações, Balói disse haver alguns domínios privilegiados, entre os quais a área da energia, carvão e dos transportes e comunicações. “A Índia está a construir a Linha de Sena onde há preocupações com relação ao ritmo de execução das obras, mas continua-se a trabalhar no sentido de garantir o cumprimento dos prazos”, disse Balói, acrescentando que a cooperação não se circunscreve a estes dois sectores, mas também a ciência e tecnologia e indústria.