Dois postos de recenseamento da cidade da Beira, província de Sofala, Centro de Moçambique, ficaram paralisadas por mais de cinco dias devido ao alegado esgotamento de recargas pré-pago de electricidade.
Trata-se dos postos montados na antiga Emissora da Rádio Moçambique ao nível daquela cidade e da Escola Primária Maguiguana, localizada no bairro suburbano da Manga, que pararam de emitir cartões de eleitor por um período de cinco dias, segundo Fernando Mbararano, delegado provincial da Renamo, o maior partido da oposição no país, citado pelo “Diário de Moçambique”. “Na Sexta-feira, constatamos que o posto de recenseamento da Escola Primaria de Maguiguana, por exemplo, os brigadistas não estavam a trabalhar durante seis dias, isto tudo por falta de credelec”, disse Mbararano, acrescentando que, nessa altura, a mesma situação afectava o posto da antiga Emissora da Rádio Moçambique, onde os brigadistas não trabalhavam desde Segunda-feira passada.
Mbararano considera de “grave” a situação que caracteriza alguns postos de recenseamento na cidade da Beira. Segundo considera ele, esta realidade resulta de uma alegada tentativa do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), órgão executivo da Comissão Nacional de Eleições, em não registar os potenciais eleitores da Renamo residentes naqueles pontos afectados pelo problema.
O censo eleitoral de actualização tendo em vista às quartas eleições gerais e as primeiras províncias de 28 de Outubro próximo tem vindo a registar constrangimentos em diversos pontos do país desde o início do processo no dia 15 do mês passado. A maioria dos problemas tem a ver com a avaria das máquinas de registo de eleitores (de nome “Mobile ID”), facto que levou a Renamo a remeter uma queixa-crime contra o STAE acusando este órgão de estar a sabotar o processo eleitoral de modo a beneficiar o partido no poder, a Frelimo.
A Renamo acusa o STAE de estar a provocar, deliberadamente, os problemas de mau funcionamento dos postos de recenseamento, que é mais acentuado nos círculos eleitorais sob sua influência, particularmente nas províncias de Nampula (Norte do país) e na Zambézia (no Centro). O STAE nega estar a provocar deliberadamente os problemas apontados pela Renamo, mas reconhece que o processo não está a decorrer conforme o planificado.
Com efeito, até semana passada, este órgão apenas tinha inscrito 30 por cento do total de cerca de 480 mil eleitores previstos até 29 de Julho corrente. Entretanto, o STAE diz estar a trabalhar no sentido de reparar os problemas relacionados com a avaria das máquinas, de maneira a cumprir com as metas previstas.