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Portugal, sem Cristiano, conquista Euro de futebol pela primeira vez

Portugal

Portugal, mesmo tendo Cristiano Ronaldo só por 25 minutos, bateu a anfitriã e favorita França por 1 a 0, com golo de Éder no prolongamento, e conquistou o Campeonato Europeu(Euro) de futebol. Éderzito António Macedo Lopes, avançado luso-guineano da selecção das “Quinas”, confessou que Cristiano lhe disse que ia marcar e decidir a final.

No Stade de France, em Saint-Denis, o camisola 7 mais badalado da actualidade só pôde ser líder, na maior parte, fora de campo, pois sofreu uma lesão no joelho esquerdo após duas pancadas de Dimitri Payet. Assim, coube ao avançado Éder, que saiu do banco de suplentes aos 34 minutos do segundo tempo, marcar o golo do título aos 4 da etapa final do prolongamento.

Ao lado do avançado nascido na Guiné-Bissau, que balançou as redes, o guarda-redes Rui Patrício foi outra peça fundamental da conquista dos portugueses, parando o ataque francês, mais positivo da competição, com 13 golos, que contou com Antoine Griezmann, melhor marcador com seis golos.

Curiosamente, os lusos chegaram ao título tendo vencido apenas um jogo no tempo regulamentar, nas meias-finais contra o País de Gales. Na fase eliminatória, a selecção precisou disputar o prolongamento três vezes, uma delas, nos quartos, contra a Polónia, tendo que ir para as cobranças de penálti.

Na segunda final continental na história de Portugal, Cristiano Ronaldo, Éder, Rui Patrício e companhia conseguiram redenção após a traumática derrota sofrida na final de 2004, diante da surpreendente Grécia por 1 a 0, em pleno Estádio da Luz, em Lisboa.

A França, por sua vez, desperdiçou oportunidade de conquistar o terceiro título europeu e igualar a Alemanha e Espanha, os maiores campeões do continente. Além disso, os “Bleus” viram quebrada a invencibilidade de 23 jogos em casa, pela competição continental, Mundial e Taça das Confederações.

Payet tira Cristiano Ronaldo da final

Antes da bola rolar neste domingo(10), a presença do central Pepe na selecção portuguesa foi a grande novidade do alinhamento da final do Europeu, após dias de luta do atleta contra dores musculares numa das coxas. Além disso, William Carvalho voltou à equipa comandada por Fernando Santos, após cumprir suspensão.

Na França, o treinador Didier Deschamps, como era esperado, colocou em campo o mesmo 11 que superou os campeões mundiais, com o central Samuel Umtiti e o médio Moussa Sissoko mantidos entre os titulares, nas vagas que eram antes de Adil Rami e N’Golo Kanté, respectivamente.

Os minutos iniciais do duelo foram dominados pelos anfitriões, tentando encurralar o adversário, que procurava sempre encontrar Cristiano Ronaldo para realizar ações ofensivas. Aos 10 minutos, após cruzamento da esquerda, Griezmann teve primeira chance, em cabeceamento que parou na defesa de Rui Patrício.

Ainda com 15 minutos na etapa inicial, os lusos viveram momento de apreensão, quando o camisola 7 caiu com dores no joelho esquerdo, em decorrência de dois choques com Payet nos instantes iniciais, e não conteve as lágrimas, precisando de ser consolado pelos colegas. Tudo indicava que o craque seria substituído, mas foi atendido, colocou proteção no local e voltou para o campo.

Depois do primeiro pique, no entanto, Cristiano sinalizou para o banco de suplentes que era impossível continuar em campo. Depois de 600 minutos em campo na competição – além dos penáltis -, sem ter saído um instante sequer, o avançado deixou o campo inconsolável para dar lugar a Ricardo Quaresma, mas também ovacionado pelo público.

Antes da saída de CR7, aos 22, Sissoko já tinha dado susto aos portugueses, quando arrancou da intermediária e soltou a bomba, obrigando Rui Patrício a desviar e atirar para canto. Onze minutos depois, os dois repetiram o duelo, quando o médio realizou um belo drible contra Adrien Silva e soltou um forte remate, parado por defesa de Patrício.

Na recta final do primeiro tempo, os lusos até tentaram impor-se mais, só que encontravam muita dificuldade em criar ações ofensivas. Enquanto isso, os franceses seguiam ditando o ritmo da partida, mantendo-se mais tempo com a bola nos pés, embora ameaçando pouco.

Na etapa complementar, as faltas duras tiveram mais espaços que as boas jogadas, apesar do árbitro inglês Mark Clattenburg ter sido económico nos cartões amarelos. Aos 8, no primeiro lance de perigo, Pogba pegou na bola na zona intermediária e bateu alto, muito por cima do golo.

Pouco depois, aos 12, já com Coman em campo, após entrada no lugar de Payet, a França voltou a assustar. O médio do Bayern de Munique serviu Griezmann, que disparou pela esquerda e bateu cruzado, para defesa tranquila de Rui Patrício.

O grito de golo ficou entalado na garganta dos adeptos franceses aos 20 minutos, quando Griezmann foi lançado na área por Coman, ganhou no alto do campo adversário, e resvalou de cabeça, em finalização que tirou tinta da barra portuguesa.

Vindo do banco de suplentes, Coman continuou a ser a arma mais perigosa de França, contra uma recuada seleção das “Quinas”. Aos 30, o médio passou para Giroud, que dominou no lado esquerdo do ataque e soltou uma bomba, parada em defesa de Rui Patrício.

Apagados até então, Nani e Quaresma ficaram muito perto de marcar na mesma jogada, aos 34. Primeiro, o novo reforço do Valência tentou cruzar, mas quase surpreendeu Lloris, que voou para espalmar. No ressalto, o veterano emendou com um belo remate, defendido por segurança pelo guarda-redes francês.

Aos 46, Gignac – que tinha entrado no lugar de Giroud um pouco antes – fez um carnaval na área, com direito a drible desconcertante em Pepe e bateu cruzado, acertando na trave direita dos lusos.

Garra portuguesa

No prolongamento, logo aos 5 minutos, os donos da casa apanharam um susto, quando Moutinho tirou uma falta, Pepe se esticou todo e testou bem, numa bola que saiu muito perto da baliza francesa. O lance, no entanto, foi invalidado por causa de posição irregular do defensa.

Aos 14, de novo pelo alto os portugueses tiraram o ar. Ricardo Quaresma cobrou canto da direta, Éder – que entrou para o lugar de Renato Sanches ainda no fim do tempo normal – cabeceou com força, obrigando Lloris a mostrar muito reflexo para evitar o golo.

No segundo tempo, após erro do árbitro Mark Clattenburg, que marcou mão do central Koscielny, aos 2 minutos, Guerreiro cobrou falta com muita categoria e acertou na trave francesa.

Cheia de coragem, a selecção portuguesa partiu com tudo para cima. Aos 4, após boa jogada pelo lado esquerdo do ataque, Éder recebeu na zona intermediária, arrancou para o meio e chutou forte, no canto direito de Lloris, abrindo o placar.

Os 11 minutos finais da decisão ficaram marcados pela garra dos lusos. Com Fernando Santos e Cristiano Ronaldo na beira do relvado, quase que dividindo a função de técnico, os jogadores de Portugal lutaram contra o desgaste físico e seguraram-se diante das investidas francesas, garantindo a vitória e o título.

Cristiano disse-me que ia marcar

Éder, avançado luso-guineano da selecção de Portugal, confessou que Cristiano Ronaldo lhe disse que ia marcar e decidir a final à favor dos lusos.

“Disse-me que seria eu que ia fazer o golo da vitória. Passou-me essa força, essa energia dele. Foi muito importante marcar, foi muito trabalhado pela nossa equipa desde o início do Europeu, fomos espectaculares. O povo português merece”, manifestou à televisão estatal RTP.

Éder, jogador do Lille, entrou aos 79 minutos para o lugar de Renato Sanches e anotou o tento do triunfo nos 109 de um forte pontapé de direita.

Éderzito António Macedo Lopes jogou 29 encontros internacionais com Portugal e marcou quatro golos.

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