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Portugal : reforçam relações económicas

A edição de 2010 do Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, incluindo Moçambique, arrancou na quarta-feira, na capital portuguesa, com o incremento das relações no horizonte.

A iniciativa, especialmente privilegiada para reforçar as relações económicas entre a China e os Países de Língua Portuguesa e destes entre si, enquadra-se no protocolo de cooperação entre os organismos de promoção comercial/câmaras de comércio, assinado em Macau em 2003. O encontro, a decorrer entre hoje e Quinta-feira, em Lisboa, reúne cerca de 500 empresários de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, Timor-Leste e da China.

Entre os empresários contam-se representantes dos mais diversos sectores, incluindo automóvel, indústria farmacêutica, turismo, energias renováveis, florestas, indústria portuária e logística dos países envolvidos. Uma nota positiva foi sublinhada neste primeiro dia pelos organizadores do evento, apontando que foram estabelecidos 500 contactos bilaterais entre empresários dos PALOP´s (Países Africanos de Língua Portuguesa), da China e de Portugal.

Fazem parte dos PALOP´s Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, este último país não está presente no evento. A tendência, segundo a organização do encontro, é para o volume de negócios crescer, sublinhando que é bem previsível que até quinta-feira os contactos se possam estender, numa altura em que o sector energético fornece as matérias-primas mais frequentes nas trocas comerciais entre os PALOP´s e a China.

Este grande pilar de relacionamento conta com um volume de investimento que vai ultrapassar os 100 mil milhões de dólares norte-americanos este ano (2010), um negócio que se vai estender para os sectores de minério de ferro e, muito brevemente, para o carvão, gás natural, entre outros incluídos na Pauta de cooperação. As fontes da organização, contactadas pela AIM, em Lisboa, sublinharam ainda a importância da banca para a consolidação dos negócios. Relativamente a banca, a Caixa Geral de Depósitos (CGD), um banco detidos em 100 por centos das acções pelo Estado português, é um dos patrocinadores do encontro, na sua sexta edição.

O recém inaugurado banco Luso-Moçambicano, com um capital inicial de 366 milhões de euros, é detido em partes iguais pelo Tesouro de Moçambique e pela CGD. O evento foi aberto pelo ministro português da Economia, Inovação e Desenvolvimento, abriu o encontro, Vieira da Silva. Antes da abertura do encontro esta tarde, o Presidente português recebeu no período da manha uma delegação de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

No final do encontro, o presidente da AICEP, Basílio Horta, defendeu que Portugal tem que assumir cada vez mais o papel de plataforma entre a China, o Brasil e Angola. Basílio Horta sublinhou a importância de o país atrair mais investimento chinês. A AICEP, o IPEX (Instituto para a Promoção das Exportações de Moçambique), o Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional (CCPIT), O Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), entre outras entidades, integram o grupo de promotoras da iniciativa.

‘É um encontro que tem uma importância económica, porque gere negócios, mas tem também para Portugal uma importância muito especial, já que é o único país de língua portuguesa europeu sendo, naturalmente, visto como uma plataforma europeia dos interesses representados neste fórum’, sublinhou Horta. Em declarações aos jornalistas no Palácio de Belém, Presidência da República, o presidente da AICEP adiantou que, ‘cada vez mais Portugal tem que assumir esse papel em relação aos países de língua portuguesa e em relação ao diálogo entre esses países e a China, especialmente entre a China, o Brasil e Angola’.

Realçando que Portugal investe cada vez mais em Angola, ao mesmo tempo que o Brasil e a China têm reforçado a presença em Portugal, Basílio Horta sublinhou que o país ‘está muito disponível para acolher esse investimento, quer em termos industriais, quer ao nível de plataformas comerciais que poderão ser muito úteis à economia chinesa’.

O porto de Sines, na costa portuguesa, é apontado pelo responsável como uma fonte de oportunidades de investimento que poderão ser relevantes para a China, enquanto ‘fronteira entre a Europa, Ásia, África e América’. O porto de Sines integra o grupo de entidades patrocinadoras do encontro de Lisboa. ‘Esta ligação atlântica e agora asiática de Portugal está a dar frutos na sua economia e na capacidade do país de diversificar os seus mercados e, simultaneamente, ter uma geoestratégia económica que é útil para o seu desenvolvimento”, defendeu.

Por seu turno, o vice-presidente do Conselho para a Promoção do Comércio Internacional da China, Zhang Wei, sublinhou o interesse dos empresários chineses em ‘aprofundarem a cooperação com Portugal e com os restantes países lusófonos em áreas como o turismo, agricultura, energia e saúde’. ‘A crise económica em 2008 foi a ponte mais importante para o desenvolvimento económico da China, pois, a partir daí, os empresários chineses começaram a procurar mais oportunidades de negócio com o exterior, sob sugestão do Governo da China’, sustentou.

‘Esperamos que a Europa possa superar esta crise económica rapidamente’, sublinhou Zhang Wei. Ele observou que a situação ‘tem grande influência sobre as exportações da China e o yuan, moeda chinesa, bem como sobre o dólar americano’.

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