O Partido Social Democrata (PSD) venceu as legislativas antecipadas de 5 junho sem maioria absoluta, tendo o seu líder, Pedro Passos Coelho, declarado que “está aberto o caminho para que o PSD e o CDS, com personalidades independentes, venham a constituir o governo de que Portugal precisa”.
Conquistando o maior número de deputados da era pós-Cavaco, numas eleições marcadas pela subida do CDS/PP, o futuro primeiro-ministro iniciou o seu discurso de vitória garantindo aos portugueses “um governo de maioria”. E reiterou a sua indisponibilidade de ‘abrir’ o Governo ao PS, embora se manifeste pronto para dialogar com os socialistas.
O líder do CDS-PP, Paulo Portas, também manifestou no seu discurso ao país a “disposição do CDS para construir um Governo forte para uma maioria para quatro anos”. E logo se ocupou de lançar pontes para o lado do PS: “Saber dialogar com o novo Partido Socialista vai ser importante”, declarou o líder centrista, nomeadamente “para aprovar uma revisão constitucional pragmática” e “leis reforçadas” que “carecem de dois terços de apoio parlamentar e de um vasto consenso político”.
Antigo PM abandona liderança do Partido Socialista
Entretanto José Sócrates anunciou a sua demissão do cargo de secretário-geral do PS na sequência da derrota eleitoral deste domingo nas eleições legislativas. Num discurso aos militantes, Sócrates começou por saudar o PSD, indicando já ter felicitado o seu líder, Pedro Passos Coelho.
O ex-primeiro-ministro aproveitou para desejar ao presidente do PSD «que tudo lhe corra bem». Apesar de considerar que os resultados «dignificam» o PS, Sócrates anunciou a sua renúncia, afirmando entender ser a altura de «se abrir um novo ciclo político na liderança do Partido Socialista».