Operadores ferro–portuários de Moçambique e da África do Sul estão cientes de que o futuro do porto de Maputo depende do transporte ferroviário de minerais e carga contentorizada de e para os países da Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC).
O transporte de minerais como o carvão, ferro – crómio, carga contentorizada, entre outras mercadorias, passa necessariamente pela provisão de mais vagões para responder a crescente necessidade de escoamento que se impõe ao porto de Maputo.
Segundo o “Noticias”, os operadores ferro – portuários dos dois países entendem que a disponibilização de vagões e locomotivas é um dos grande desafios, tendo por isso acordado os princípios visando o envolvimento do sector privado na provisão deste material circulante.
A disponibilidade de mais vagões e locomotivas é um dos desafios inscritos no Plano Estratégico do Porto do Maputo para o período até 2033, considerando que só com uma maior capacidade de transporte de mercadorias é que o porto poderá atingir os índices de produção previstos em termos de manuseamento de carga.
A ideia é que se faça algo mais para viabilizar os investimentos realizados nas três linhas férreas que ligam o porto ao resto dos países da SADC, nomeadamente a linha de Ressano Garcia, que liga à África do Sul, a linha de Goba, que liga à Suazilândia, e a linha do Limpopo, que estabelece ligação com a República do Zimbabwe.
Além da aquisição de vagões e locomotivas, a eficiência do Porto do Maputo depende também da melhoria da eficácia no funcionamento das Alfândegas, no respeitante a simplificação do regime de trânsito de mercadorias para que os exportadores da região ganhem confiança e voltem a mandar carga para Maputo.
O problema dos meios circulantes não se coloca tanto em relação à África do Sul, uma vez que este país tem no transporte rodoviário uma alternativa que tem sido usada no escoamento de mercadorias de e para o Porto do Maputo.
Por exemplo, a África do Sul usa camiões para transportar produtos minerais laborados nas regiões de Palabhorwa e Rustenburg, onde não existem sistemas ferroviários. Sabe-se que cerca de 80 porcento dos minérios exportados pela África do Sul chegam ao Porto do Maputo transportados em camiões que por vezes escalam aquela infra-estrutura em número de 180 por dia.
A maior preocupação virá quando o Zimbabwe vencer o actual cenário de crise e começar a produzir e exportar seus minérios para os mercados asiático e europeu, altura em que será maior a necessidade de vagões para o transporte de mercadoria até ao Porto do Maputo e vice-versa.
O Porto do Maputo é actualmente visto como uma opção preferencial para as importações e exportações sul-africanas, em virtude de os portos de Durban e de Richards Bay estarem já a operar muito acima da sua capacidade.