Milhares de pessoas que vivem nas proximidades das principais bacias hidrográficas do centro de Moçambique, nomeadamente Búzi, Púnguè e Zambeze, estão mergulhadas num autêntico caos decorrente das inundações que têm estado a assolar a região.
Neste momento, os governos provinciais estão a desdobrarse em acções visando evitar o avolumar de perdas humanas. Embora as atenções visem evitar a morte de pessoas, tudo indica que as inundações já ceifaram uma vida. O finado era o régulo de Dombe, posto administrativo do distrito de Sussundenga, província de Manica, que morreu quando tentava atravessar de canoa o rio Lucite.
Devido à forca das águas o seu barco naufragou. Reza o balanço preliminar da província de Sofala que 173 famílias já abandonaram as suas residências. Refira-se que as províncias da zona centro são atravessadas pelos principais rios do país, nomeadamente Búzi, Púnguè e Zambeze.
Mas, também existem grandes afluentes como o Chire, no vale do Zambeze, Lucie e Mussapa, na bacia hidrográfica do Búzi, na região de Manica. As vítimas No posto administrativo de Tica, no distrito de Nhamatanda, as vítimas encontram-se albergadas no centro provisório instalado na Escola Primária Completa de Muda-Mufo.
Ali receberam 100 tendas e 30 rolos plásticos, além de latrinas. Segundo o delegado provincial do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) de Sofala, Luís Pacheco, o centro provisório está dotado de condições de habitabilidade. No distrito do Búzi, o administrador Sérgio Moiane afirmou que as famílias desalojadas foram acolhidas por parentes.
Mas, caso a situação se agrave será identificado um local para o acolhimento das pessoas que estão a ser afectadas pelas inundações provocadas pelo rio Búzi. Sabese, igualmente, que por via terrestre, os distritos de Zumbo e Mutarara em Tete estão isolados do resto do país. As estradas foram destruídas pela fúria das águas.
Na província de Manica há relatos de que o distrito de Tambara está também isolado. Para entrar na cidade de Chimoio as pessoas têm de passar pelo distrito de Caia, em Sofala. O rio Zambeze afecta mais intensamente os distritos de Chemba, Caia, Marromeu, na província de Sofala.
Em Tete, o distrito de Mutara é o que tem sido constantemente assolado, ao passo que na Zambézia são os de Morrumbala, Mopeia e Chinde. Em Manica é o distrito de Tambara. Há relatos de descargas de barragens na Zâmbia, daí que se espera que nos próximos dias a situação se deteriore cada vez mais nestas regiões.
Entretanto, os níveis de água do rio Chire têm vindo a aumentar, inundando as margens, onde os camponeses têm machambas. Para fazer face à situação, o Governo de Sofala reactivou, no sábado, o Comité Técnico de Emergência (CTE). Da parte de Sofala, o distrito de Marromeu é o que poderá sofrer com gravidade os efeitos destas inundações.
Na Zambézia, Chinde é a região mais propensa, por se localizar no rio Zambeze.