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Sofala e Manica há mais de uma semana com restrições de energia eléctrica

Após o apagão registado na terça-feira (28) o fornecimento de corrente eléctrica às províncias de Sofala e Manica, sobretudo nas vilas sedes e cidades da Beira, de Chimoio e em alguns distritos dos mesmos pontos da região Centro de Moçambique, continua a ser feito durante algumas horas do dia e com restrições, o que está a somar prejuízos incalculáveis para os agentes comerciais e restantes consumidores particulares que sentem também restrições no fornecimento de água corrente. Comprar energia ao Zimbabwe, que na realidade está a revender energia de Cahora Bassa, é a solução enquanto a “avaria grossa” do Transformador de Potência na Subestação de Chibata não é resolvida.

Na vila sede do distrito de Búzi, os clientes da Electricidade de Moçambique (EDM) contaram-nos que, neste momento, ficam 14 horas sem energia e o comércio é um dos sectores mais prejudicados, pois os produtos frescos deterioram-se, enquanto outros estabelecimentos cujos serviços que prestam dependem de energia, incluindo as instituições públicas e privadas, funcionaram a meio gás.

Em Sofala, além de Metuchira, onde a situação é considerada preocupante pela população, a falta de corrente eléctrica afectou ainda os distritos de Chibabava, Nhamatanda, Gorongosa e a cidade de Dondo.

Na cidade da Beira, onde igualmente a situação foi bastante caótica nos primeiros dias do apagão, além da falta de pão e de restrições no fornecimento de água, alguns estabelecimentos comerciais chegaram a vender um frango a 70 meticais, contra os anteriores 115, 125 e 140 meticais. No bairro da Manga, houve vendedores que “despacharam” os frangos a 40 meticais.

Sobre a vila sede de Gondola (Manica), por exemplo, não se pode dizer algo diferente. Aliás, nesta altura, os clientes da EDM queixam-se da falta de informação sobre o que se passa a ponto de ficarem privados de energia eléctrica. Segundo os consumidores, quando contactam o piquete apenas recebem a informação de que houve uma “avaria grossa”, sobre a qual ninguém entra em detalhes. Enquanto isso, está a ser impossível fazer pagamentos através de estabelecimentos bancários e tramitar outros documentos via serviços tais como Janela Única Electrónica (JUE).

Os hospitais, além de receberem energia de baixa qualidade, estão a oferecer certos serviços com muitas limitações. Na semana passada, ao longo do dia não era possível fazer cirurgias ou cesarianas no Hospital Rural do Búzi, segundo o director da mesma unidade sanitária, Simão Magoma, para quem o laboratório foi também bastante afectado.

O hospital não tem gerador para fazer face às interrupções e restrições de corrente eléctrica. Faziam-se testes rápidos, os quais não oferecia muita segurança em termos de diagnósticos, sobretudo para os casos da malária cujos exames são praticamente laboratoriais.

Entretanto, Alberto Banze, porta-voz da EDM, explicou ao @Verdade que o fornecimento normal de corrente eléctrica está previsto para dentro de 15 dias “contados a partir de 30 de Janeiro. Estamos a montar um novo equipamento e a efectuar a instalação técnica do mesmo”.

De acordo com o responsável, a Subestação de Chibata ora fora de serviço por motivos de avaria é a fonte principal de alimentação dos locais afectados e enquanto não for reparada os clientes continuarão a consumir energia com restrições, excepto os hospitais e os sectores tais como da água.

Segundo Alberto Banze, a energia consumida neste momento provém do vizinho Zimbabwe, já transformada, numa potência de 10 megawatts “É esta energia que é gerida e fornecida aos clientes”. Sem revelar os valores, ele disse que o equipamento danificado exige custos elevados para a sua reposição e os valores só podem ser divulgados com precisão depois da reparação.

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