O governo da província de Sofala diz que gastou mais de seis milhões de meticais com a reabilitação de um pequeno sistema de abastecimento de água. Contundo, as melhorias não são notáveis, pois os residentes do distrito de Búzi continuam a percorrer longas distâncias para obter o precioso líquido que, para além de ser impróprio, é conseguido depois de desafiar crocodilos.
Os moradores dos bairros de Martinot, Chiquezana, Inhabirira, Macurongo, Muchenessa, Mandire 1, 2 e Massane são os mais afectados pela crise de água. O sistema montado para abastecê-los só cobre uma parte da população. As bombas manuais designadas por “AFRIDEV” tidas como alternativas não funcionam normalmente e estão avariadas.
Hilária Jose, moradora do bairro de Chiquezana, disse que, apesar do medo que paira por causa dos crocodilos, quando ela vai buscar água no rio Buzi, insiste em desafiar os répteis para não morrer de sede, até porque é a única alternativa que existe. Mas a mesma água contém impurezas.
Ndacua Cauo, outra residente, afirma que a vida, nos últimos dias, está cada vez mais difícil devido à carência do precioso líquido. Segundo ela, logo pela manhã, as donas de casa e os estudantes cruzam a ponte que dá acesso à outra margem do rio Búzi com a intenção de obter água para o consumo.
Os tripulantes de embarcações não escondem o seu agastamento porque não conseguem trabalhar devidamente por causa da movimentação de pessoas na referida ponte.
Enquanto isso, cansada de sofrer por causa da crise de água no distrito de Búzi, Albertina João Cherene pede às autoridades locais para que reparem as bombas manuais avariadas e construam novas fontanárias com vista a reduzir os casos de ataques e/ou mortes de pessoas pelos crocodilos.