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Poluição atmosférica está entre principais causas do cancro, segundo a OMS

O ar que respiramos está repleto de substâncias cancerígenas e contribui com centenas de milhares de mortes por ano, segundo o relatório divulgado, esta quinta-feira (18), pela Agência Internacional para a Pesquisa do Cancror (AIPC), subordinada à Organização Mundial da Saúde (OMS).

O relatório disse que 223 mil mortes por cancro de pulmão ocorridas em 2010 no mundo resultaram da poluição atmosférica, e que também há fortes indícios de que a contaminação do ar eleva o risco de cancro de bexiga. Já era sabido que a poluição atmosférica, decorrente principalmente das emissões de gases no transporte, geração energética, indústria e agricultura, eleva os riscos de diversas doenças cardiorrespiratórias.

Algumas pesquisas sugerem que nos últimos anos a exposição à poluição cresceu significativamente em algumas partes do mundo, especialmente em países populosos e que passam por uma rápida industrialização, como a China. “Agora sabemos que a poluição atmosférica externa é não só um grande risco à saúde em geral, mas também a principal causa ambiental das mortes por cancro”, disse Kurt Straif, director da secção de monografias da AIPC, que tem a tarefa de classificar os agentes cancerígenos.

Em nota divulgada depois de uma semana de reuniões entre especialistas que reviram a literatura científica mais recente, a AIPC disse que a poluição atmosférica ao ar livre e o material particulado – um importante componente da poluição – devem passar a ser classificados como agentes carcinogênicos do Grupo 1. Essa classificação abrange mais de cem outros agentes cancerígenos conhecidos, como o amianto, o plutónio, a poeira de sílica, a radiação ultravioleta e o cigarro.

A classificação já abrangia também muitas substâncias habitualmente encontradas no ar poluído, como a fumaça dos motores a diesel, solventes, metais e poeiras. Mas esta é a primeira vez que os especialistas classificam o próprio ar poluído dos ambientes externos como uma causa do cancro. “A nossa tarefa foi avaliar o ar que todos respiram, em vez de focar em poluentes específicos do ar”, disse Dana Loomis, subdiretora da secção.

“Os resultados dos estudos revistos apontam na mesma direcção: o risco de desenvolver cancro de pulmão é significativamente maior em pessoas expostas à poluição atmosférica.” Embora os níveis e a composição da poluição atmosférica variem muito de um lugar para outro, a AIPC disse que as suas conclusões aplicam-se a todas as regiões do mundo.

Christopher Wild, director da agência, disse que a classificação da poluição atmosférica como um agente carcinogênico é um passo importante no sentido de alertar os governos sobre os perigos e os custos em potencial. “Há formas muito eficientes de reduzir a poluição atmosférica e, dada a escala da exposição que afecta as pessoas no mundo todo, este relatório deveria passar um forte sinal à comunidade internacional para agir.”

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