As políticas públicas em Moçambique não asseguram a justiça social, económica e política em resultado serem traçadas não para responder aos anseios dos cidadãos, mas, sim, aos interesses dos órgãos externos consideradas principais investidores e que asseguram o seu funcionamento e das instituições que as implementam, segundo o pesquisador e docente universitário, Alexandrino Forquilha, em declarações ao @Verdade.
De acordo com ele, Moçambique precisa de criar políticas públicas que estejam em conformidade com as necessidades da população e de todo o sistema estatal, e não para a satisfação dos interesses económicos e políticos dos financiadores.
Na óptica do pesquisador a justiça social só será alcançada quando houver vontade política, redução da dependência externa, realização de acções concretas para o efeito, fortalecimento das instituições públicas cujo funcionamento é ainda deficientes, bem como discursos orientados para os resultados.
Alexandrino Forquilha explica ainda que, por exemplo, não basta expandir o sistema de ensino superior, as unidades sanitárias e outros serviços sociais básicos para os distritos, é necessário, também, que o Governo aposte na criação e alocação de recursos humanos qualificados e assegurar que tenham habitação condigna para evitar a depreciação da qualidade do ensino, dos serviços de saúde nos locais de trabalho.
Forquilha fez estas declarações nesta segunda-feira (25), em Maputo, no âmbito de um debate promovido pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM) sobre “políticas públicas como factor de exclusão social”.
De referir que, por exemplo, somente no sector da Educação o país tem um défice de 788 mil carteiras, o que faz com que milhares de instruendos assistam às aulas sentados no chão ou em tronco de árvores, um médico está para 100 mil habitantes, entre outras limitações supostamente decorrentes da exiguidade de fundo por parte do Executivo.