Um impasse diplomático está refreando a disposição da China de dar dinheiro para ajudar a acabar com a crise na zona do euro, depois que a Europa rejeitou a mais simples das três principais exigências feitas por Pequim, disseram duas fontes independentes à Reuters.
A China ofereceu ajuda em troca do apoio europeu por mais influência no Fundo Monetário Internacional (FMI), status de economia de mercado na Organização Mundial do Comércio ou o fim de um embargo de armas europeu, disseram as fontes com conhecimento direto da questão, uma delas com laços com a liderança em Pequim.
A rota do FMI teria sido a mais simples diplomaticamente, ainda mais depois que líderes da União Europeia esboçaram, no mês passado, um plano para levantar recursos de seu fundo de combate à crise através de um veículo de investimento apoiado pelo FMI.
Mas as fontes em Pequim disseram que essa opção foi negada para a China de forma abrupta quando ficou claro para os políticos europeus que qualquer investimento chinês estaria condicionado a uma maior influência nas tomadas de decisões do FMI e a um caminho mais rápido para a inclusão do yuan na unidade monetária dos direitos especiais de saque (SDR) do FMI.
Aumentar a influência da China no FMI significaria reduzir a representação da UE e possivelmente diluir a influência dos Estados Unidos, que desfruta de poder de veto por causa dos direitos de votação no Fundo. “Nós estamos dispostos a ajudar, mas não somos uma instituição de caridade,” disse à Reuters a fonte com laços com a liderança chinesa, pedindo anonimato devido a sensibilidades políticas.
“Os Estados Unidos e o FMI também impuseram condições (quando ajudaram países com problemas financeiros). Não é injusto a China fazer o mesmo. Eles podem sempre rejeitar (nossas exigências),” disse a fonte.
Incluir o yuan na SDR é importante para a China porque a unidade do FMI é uma cesta de moedas na qual a maior parte do comércio global é feito – dólares norte-americanos, euros, ienes japoneses e libras esterlinas. Se o yuan estivesse nesta cesta, isso iria reduzir a influência mundial do dólar e ajudar a conter a inflação alimentada pelas entradas de capital estrangeiro que o banco central da China precisa esterilizar.
Também seria um incentivo simbólico para o yuan, destacando o desejo de Pequim de um papel maior na administração do sistema monetário internacional.