A tropa de choque da polícia turca entrou em confronto com grupos de manifestantes durante a noite em Istambul e esvaziou a praça que vinha sendo o epicentro de quase duas semanas de protestos contra o primeiro-ministro Tayyip Erdogan.
De manhã, a praça Taksim estava praticamente deserta, restando apenas os destroços das barricadas retiradas por escavadeiras. Pela primeira vez desde o início dos distúrbios, táxis puderam transitar pelo local. Centenas de manifestantes, no entanto, continuam acampados no vizinho parque Gezi.
Os protestos contra um projecto imobiliário que descaracterizaria a praça Taksim foram o estopim para uma onda nacional de protestos contra Erdogan, que está há dez anos no cargo e é visto por críticos como excessivamente autoritário. Terça-feira, o primeiro-ministro reiterou que não pretende ceder aos manifestantes.
“Este Tayyip Erdogan não vai mudar”, afirmou. A autoridade de transmissão da Turquia informou, Quarta-feira, que quatro canais de TV foram multados sob a acusação de terem incitado a violência durante a cobertura dos recentes protestos.
Não ficou claro o valor da multa. A noite teve alguns dos piores confrontos desde o início dos conflitos. A polícia disparou gás lacrimogéneo contra milhares de manifestantes que estavam na praça, incluindo pessoas que haviam passado por lá depois do expediente de trabalho, e algumas famílias com crianças.