A polícia deteve mais de 1.400 pessoas envolvidas nos protestos ocorridos no domingo em Urumqi, capital da região autônoma chinesa de Xinjiang, que deixaram 156 mortos e mais de mil feridos, informou nesta segunda-feira a agência Nova China.
“A polícia chinesa prendeu 1.434 pessoas ligadas aos distúrbios da tarde de domingo em Urumqi”, revela a agência oficial, sem dar detalhes. Os confrontos envolvem os muçulmanos uigures, que acusam as forças de segurança chinesas de uma repressão brutal, exagerada, para sufocar um protesto pacífico de milhares de pessoas.
Esta segunda-feira, a polícia de choque e outras unidades de segurança, armadas com metralhadoras e usando escudos, patrulhavam Urumqi para evitar mais protestos. Os incidentes em Xinjiang, uma região de maioria muçulmana do noroeste da China, foram os mais sangrentos registrados em décadas nesta província, situada nos confins da Ásia Central.
Após os confrontos em Urumqi, a violência parece ter se alastrado, já que a Nova China informou a dispersão de “mais de 200 rebelados” em Kashgar, no oeste da região autônoma. Os conflitos lembram a revolta que explodiu em março de 2008 no Tibete, quando os tibetanos atacaram em Lhasa membros da etnia han em protesto pela repressão chinesa.
A maioria dos 8,3 milhões de uigures – acusados por Pequim de organizar uma luta separatista violenta na região autônoma de Xinjiang – afirma que sofre uma perseguição política, cultural e religiosa.