Hariche Arquissandas, um proeminente empresário sequestrado na sua residência, no bairro do Triunfo, na capital moçambicana, na tarde da última terça-feira (24), continua em poder dos raptores. Porém, a Polícia da República de Moçambique (PRM) confirmou que descobriu o cativeiro onde a vítima era mantida, no bairro da Liberdade, município da Matola, mas não conseguiu deter a gangue por supostamente a mesma ter tomado conhecimento e se colocado ao fresco sem deixar pistas.
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Hariche é um cidadão moçambicano de ascendência indiana e proprietário de uma das 100 maiores empresas de Moçambique, a Hariche Group Lda. Numa operação que durou menos de 30 segundo, ele foi arrastado por quatro bandidos instantes depois de entrar na sua casa, fazendo-se transportar numa viatura, segundo mostram as imagens captadas por um vídeo instalado na sua habitação.
Orlando Modumane, porta-voz do comando da PRM em Maputo, disse a jornalistas, durante o habitual briefing que acontece às terças-feiras, que os agentes da Lei e Ordem identificaram o sítio (Liberdade) onde o indivíduo era mantido em cárcere privado, mas o raptores fugiram.
Modumane não precisou os detalhes sobre a suposta evasão dos raptores, mas especula-se que houve fuga de informações no seio da corporação. Não se sabe ainda se os sequestrados entraram ou não em contacto com a família da vítima no sentido de pedir resgate, conforme tem acontecido neste tipo de casos.
“Como sabemos, eles são seres inteligentes. Não se sabe como eles tiveram essa informação, mas sabiam que tinham sido descobertos e, momentos antes de a Polícia chegar, puseram-se em fuga”, disse o porta-voz, acrescentando que os proprietários dodomicílio no qual Hariche era mantido em cativeiro não residiam nela há três anos. As estruturas do bairro disseram que nela vivia um jovem.
Enquanto isso, não se tem quaisquer informações sobre os outros três empresários raptados, também na cidade de Maputo, em Outubro passado, um deles numa zona luxuosa bem guarnecida, a Sommerschield. Referira-se que a onda de sequestros começou em 2011 e assola neste momento as cidades da Matola, Beira e Nampula, sobretudo a capital do país.
A ousadia da gangue que protagoniza este crime é de tal sorte que desafia as autoridades policiais, na medida em que faz vítimas em plena luz do dia e até nas proximidades de algumas esquadras.