Nos últimos dias, ninguém apanha sono nas noites, mesmo com boa cama para dormir. Pior com este frio que tem vindo a entrar nas calmas, os residentes da cidade Quelimane, ficam de olhos abertos, tudo na tentativa de pelo menos verem quem entra dentro de casa.
Algumas destas tentativas tem sido infrutíferas porque os malfeitores vêm em grupo e quando chegam fazem coisas horríveis. Quando amanhece as pessoas se saúdam, “que tal, não chegaram na sua casa”? Se disseres não, ai sim, a resposta não tarda. Vale pena.
A Polícia da República de Moçambique (PRM), nesta parcela do país, por vezes anda desnorteada e quando é assim os malfeitores é que ganham a batalha. Mas desta vez, parece que não, o porta-voz da PRM na Zambézia, Ernesto Serrote, veio anunciar a captura de três supostos cadastrados perigosos que protagonizavam assaltos nos bairros com recursos a armas brancas.
De acordo com Serrote, um deles terá evadido-se da cadeia de Nampula onde havia sido encarcerado para cumprir uma pena de 14 anos de prisão. Quando fugiu de Nampula, o cadastrado veio a Zambézia e juntou-se a mais uma gang e dai começaram de novo a maltratar pessoas roubando bens e ferindo os proprietários em casos de resistência.
Bens recuperados
Neste mesmo raide que a PRM diz ter feito, Ernesto Serrote diz que também foram recuperados diversos bens, de entre eles, aparelhos de som, electrodomésticos e outro tipo de bens que era saqueado nas residências das pessoas.
Os três confessam que praticaram os crimes com recurso a armas brancas e dizem que não é pela primeira vez. Ou seja, estão nesta caminhada a anos. Dizem eles que cadeia é casa deles. Entram e saem quando lhes apetece.
A moda da caução
O Porta-Voz da PRM diz que a polícia vai continuar a fazer o seu trabalho de encarcerar aqueles que violarem a ordem e tranquilidade pública. Dai, alguns são soltos mediante pagamento de caução ou outros meios que só o MP conhece.
A questão de pagamento de caução tem levantado muitas inquietações, basta recordar que o edil de Quelimane tem sido o rosto que critica muito esta atitude dos órgãos de justiça que aceita o pagamento de caução mesmo sabendo que o indivíduo foi encontrado em flagrante delito.