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Polícia dispara balas reais contra um cidadão indefeso e mata-o em Tete

Um cidadão morreu supostamente vítima de disparos efectuados pela Polícia da República de Moçambique (PRM), na quarta-feira (12), na vila de Moatize, província de Tete, quando um grupo de populares amotinou-se para contestar o encerramento unilateral dos portões que dão acesso à concessão da empresa mineira Vale Moçambique.

Trata-se de portões de uma outra mina de carvão pertencente àquela companhia, cuja exploração ainda não iniciou.

Contudo, após longas conversações entre o governo local e a Vale Moçambique, chegou-se à conclusão de que os portões deviam estar sempre abertos com vista a permitir que a população [que antes era dona do espaço] pastasse gado e buscasse lenha, contou uma testemunha ao @Verdade.

A nossa fonte acrescentou que houve tentativas de se ocultar o crime e difundiu-se informações segundo as quais o homicídio aconteceu nas cercanias da área de concessão mineira da Vale, mas não foi em consequência de disparos.

O malogrado, que respondia pelo nome de Hussene António, encontrou a morte quando fugia da Polícia, após ser alvejado num dos braços.

Mesmo apercebendo-se de que o finado já estava ferido, um dos agentes da Polícia, chamado pela Vale para o local onde decorria a manifestação considerada pacífica, disparou o segundo tiro, tendo o projéctil atingido as costas.

Por conseguinte, o cidadão caiu sem nenhuns sinais vitais, ficando, deste modo, exposta a brutalidade com que determinados membros da instituição que tem como função garantir a segurança e a ordem públicas e combater infracções à lei trata os cidadãos indefesos.

O @Verdade tentou ouvir a corporação em Tete, mas esforços nesse sentido redundaram em fracasso, porque ainda se estava a apurar “em que circunstâncias o baleamento mortal aconteceu”, segundo explicou.

Não é a primeira vez que a Vale Moçambique solicita a PRM quando está em apuros com as comunidades das áreas abrangidas pelas suas actividades, e nalgumas vezes acontece o pior.

Refira-se ainda que centenas de oleiros ainda estão de costas voltadas com a Vale Moçambique e o governo de Moatize, em resultado da falta de entendimento entre as partes no que diz respeito às indemnizações as comunidades dizem ter direito, por ter cedido as suas terras.

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