A Polícia da República de Moçambique deve acompanhar a evolução da consciência de cidadania e da reivindicação do exercício dos direitos fundamentais. Quem assim o diz é a presidente da Liga dos Direitos Humanos de Moçambique, Alice Mabota, que falava no acto de abertura da 1ª Conferência Nacional sobre o Papel da Polícia num Estado Democrático e de Direito em Moçambique, que decorre em Maputo.
Segundo Alice Mabota, em Moçambique, à semelhança do que acontece noutros países do mundo, a polícia é o órgão que menos dialoga e ao qual tem sido atribuída grande responsabilidade na problemática da violação dos direitos humanos.
“A Polícia, na sua missão de garantir a ordem e tranquilidade públicas deve estar atenta a esta evolução de modo a não permitir que seja usada para compensar a fraqueza da implementação das nossas políticas públicas no âmbito dos inúmeros desafios sociais, económicos e políticos que o país enfrenta de modo que da sua actuação não resultem limitações ilegais aos direitos fundamentais”, recomenda.
Entretanto, para que este cenário mude, Mabota diz que “há uma necessidade de mudar a forma de actuação da nossa polícia e as percepções que a sociedade tem sobre ela”, e acrescenta que “A Polícia em Moçambique enfrenta uma realidade em que a sua imagem encontra-se profundamente desgastada por diversos motivos. Muitas vezes ela é associada a graves violações dos direitos humanos. Vários relatórios nacionais e internacionais já colocaram a nossa Polícia como uma das que mais violam os direitos