A polícia suíça prendeu algumas das figuras mais poderosas do futebol mundial nesta quarta-feira, como parte de uma investigação criminal sobre a escolha das sedes dos próximos dois Campeonatos do Mundo de futebol e outros casos de corrupção, provocando uma crise no desporto mais popular do planeta.
Além da investigação criminal suíça, pelo menos nove dirigentes do futebol e alguns executivos de marketing desportivo vão enfrentar possível extradição aos Estados Unidos para serem julgados por acusações de corrupção, em casos envolvendo mais de 100 milhões de dólares norte-americanos em subornos.
O suíço Joseph Blatter, Presidente da organização multi bilionária que governa o futebol mundial, e que concorre a um quinto mandato, não está entre os presos, mas as autoridades detiveram diversos membros abaixo dele na hierarquia da organização desportiva mais rica e poderosa do mundo.
Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, estão entre os presos o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol e ex-chefe do comité organizador do Campeonato do Mundo de 2014 José Maria Marin, o actual membro do comité organizador do torneio olímpico de futebol da Fifa, e o actual vice-presidente e membro do comité executivo da Fifa Jeffrey Webb.
As prisões, feitas por polícias à paisana, ocorreram durante a manhã num hotel de luxo de Zurique, onde autoridades da Fifa estavam hospedadas para a eleição presidencial da entidade desta semana, na qual Blatter deverá renovar o mandato.
Um indiciamento divulgado por uma corte federal em Nova York acusa os réus de extorsão, fraude electrónica e conspiração para lavagem de dinheiro, como parte de um esquema que durou mais de duas décadas, de acordo com um comunicado do Departamento de Justiça norte-americano. “A acusação alega que a corrupção é desenfreada, sistémica e profundamente enraizada tanto no exterior como nos Estados Unidos”, disse a procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch, no comunicado.