O Presidente do Partido Frelimo, Armando Guebuza, considera que as coisas em Moçambique e nos países do Terceiro Mundo, em particular, estão estruturadas de tal maneira que geram pobreza e ela afecta a todos mesmo aqueles que pensam que já não são pobres.
Falando numa reunião de secretários das Células do Partido e dos Comités de Circulo, que decorre na cidade da Beira, Guebuza afirmou que à pobreza a primeira coisa que faz é tirar a nossa auto-estima para passarmos a depender de peditórios, ela não nos permite descobrir as técnicas para reproduzir a riqueza”. O Presidente da Frelimo, Partido no poder em Moçambique, diz que há dois tipos de pobreza que ainda afligem os moçambicanos no âmbito da luta contra a pobreza, “ nomeadamente a pobreza material, caracterizada pela falta de materiais básicos ou a falta de capacidade financeira para termos acesso a esses materiais, e a pobre espiritual”.
“Muitas vezes vamos a pobreza pela falta de alimentos, ou seja insegurança alimentar. Existem neste momento pessoas que se as autoridades não fizerem nada daqui a pouco não terão nada para comer. Outros podem ter dinheiro para usufruir de certas serviços mas que não existem no local onde residem”, referiu. ‘Há situações em que podemos ter dinheiro e não termos loja para comprar os produtos e mesmo havendo barraca nem tudo esta lá”, acrescentou Guebuza, frisando que “com a pobreza estrutural, o pais esta estruturado de tal forma que é pobre”.
“Alguém que pega no seu 4X4 e vai a aldeia ele pensa que e’ rico mas quando estiver lá reduz-se a situação daquele que esta lá, com dinheiro pode não ter onde comprar, fica privado da energia eléctrica porque a rede ainda não chegou lá, tem o celular mas não pode usa-lo porque a rede ainda não esta lá, enfim, fica igual ao residente, para dizer que uma vez lá, fica pobre”, exemplificou. Segundo o Presidente da Frelimo, existe também a pobreza de espírito, que afecta a mente e faz com que as pessoas não acreditem em si mesmas.
“Este tipo de pobreza corrói a nossa auto-estima, faz com que o pensamento de pobre persista em nos e impede-nos de trabalhar, ela alimenta a intriga e inveja dos pessimistas (pobres de espírito) em relação aos que trabalham. O pobre de espírito pensa pobre e produz mais pobreza. Permite que pobreza se reproduza em progressão geométrica”, disse Guebuza, chamando a atenção dos moçambicanos para passarem a analisar com devida vénia “ porque é que ficaram pobres porque enquanto não analisarmos não vamos vencer a luta contra a pobreza” No tempo colonial, segundo Guebuza, os moçambicanos cultivaram o algodão mas so deu pobreza, esse produto só serviu para enriquecer os outros (colonizadores) e os camponeses continuaram pobres, por isso, há necessidade de cada um fazer uma analise e questionar ‘porque o meus pais, avos ou bisavôs eram pobres’.
O Presidente da Frelimo recorreu a letra do musico moçambicano Abílio Mandlaze que, numa das suas obras artísticas, diz a dado momento que “O meu pai criou-me vendendo bebida, juro palavra de honra eu vou morrer assim”, para depois explicar que este musico já tinha uma visão sobre a pobreza de espírito. “Não podemos admitir que se o pai, avo ou bisavô eram pobres eu também vou morrer pobre. Quem pensa assim esquece que o seu bisavô e o avo não sabiam ler nem escrever. Temos que libertar o espírito, trabalhar, trabalhar, trabalhar”, disse Guebuza, vincando ‘não pensemos nos outros, temos que pensar em nos mesmos sobre como resolver os problemas, antes de estender a mão”. Guebuza vincou que é preciso pensar nos recursos disponíveis “para não perpetuarmos a pobreza material e de espírito.
Temos que produzir e não pedir, procurar fazer com que o amanha seja melhor que o dia de hoje, combater a pobreza do espírito e virar o cenário e dizer que não vou morrer assim não. Destacou que durante a Presidência Aberta e Inclusiva tem constatado que a pobreza material assim como a de espírito estão enfraquecidos no país e na ordem do dia as pessoas pedem o alargamento da rede de energia, porque sabem que com energia podem acelerar a produção, pedem o alargamento da rede bancária porque tem dinheiro resultante da venda de excedentes e não tem onde guardar.
“Pedindo energia e outras infraestruturas básicas como escolas e hospitais os moçambicanos demonstram maturidade, manifestam esperança, isso é que vai resolver parte da pobreza que ainda afecta a maioria no país’’, afirmou