O pirata somali que foi levado aos Estados Unidos será julgado como adulto, após o juiz de um tribunal de Nova York descartar que tenha apenas 15 anos, e poderá pegar prisão perpétua nos EUA. “Os argumentos apresentados pelo pai do senhor Muse não são críveis”, disse o juiz Andrew Peck à imprensa, acrescentando que o réu tem ao menos 18 anos.
Já o procurador-geral de Nova York, Lev Dassin, anunciou que vai pedir a prisão perpétua contra Abdi Wali Abdi Khadir Muse, baseado na lei internacional contra a pirataria. Muse é o único sobrevivente do grupo que invadiu o navio cargueiro “Maersk Alabama”, na costa da Somália. A operação de resgate da Marinha americana matou os outros três piratas. O advogado Phil Weinstein, encarregado da defesa de Muse, foi informado pelo pai do réu que ele nasceu em 20 de novembro de 1993.
Segundo a promotoria, após se entregar à Marinha americana, enquanto os demais piratas mantinham o capitão do “Maersk Alabama” como refém, Muse deu declarações contraditórias sobre sua idade, informando ter 16 anos, depois 19 e até 26, antes de admitir os 18 anos. Vestido com um macacão azul e com a mão esquerda enfaixada devido a um ferimento sofrido durante o sequestro, Muse se manteve sério na audiência, e se limitou a responder algumas perguntas do juiz Peck, com o auxílio de um intérprete.
Após a decisão de Peck sobre a idade de Muse, os advogados do jovem informaram que poderão recorrer para garantir os direitos de seu cliente, baseados na Convenção de Genebra. Os advogados também denunciaram que Muse não está recebendo assistência médica nos Estados Unidos, e pediram que tenha acesso à comida especial adequada à religião muçulmana.
O juiz Peck fixou para a próxima sexta-feira uma reunião com o réu e seus advogados, e prevê uma audiência preliminar pública para o próximo dia 21 de maio.