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PIC investiga fraude académica no ISCISA

A Policia de Investigação Criminal (PIC) esta a investigar o Director Científico do Instituto Superior de Ciências de Saúde (ISCISA), José Nunes Gilberto, em conexão com um caso de fraude académica naquela instituição.

José Nunes está a ser ouvido desde sábado último por uma brigada da PIC afecta à 7ª Esquadra da cidade de Maputo, suspeito de envolvimento num esquema de venda de exemplares dos exames de admissão àquela instituição de ensino, cujo arranque esta (vá) marcado para quarta-feira em todo o país.

Em conexão com o caso, a Polícia também deteve e continua a interrogar Ussene António, estudante do ISCISA, encontrado na posse de onze exemplares das provas que, segundo o indiciado, lhe teriam sido entregues por José Nunes Gilberto com a missão de colocá-los no mercado.

Ussene, que segundo o matutino “Noticias” confessou à Polícia tratar-se apenas de um intermediário do “negócio do director”, foi encontrado na posse de exemplares dos exames das disciplinas de Português, Matemática e Biologia, que, de acordo com o calendário estabelecido, deviam ser realizados de quarta-feira até quinta-feira desta semana.

Dados apurados pela fonte indicam que Ussene António foi detido na tarde do último sábado numa casa de pasto algures na cidade de Maputo, capital moçambicana, onde procedia à venda dos exemplares, depois de ter caído numa armadilha montada pelos agentes que se fizeram passar por estudantes interessados no negócio. Animado pelo sucesso das vendas, Ussene acabou dizendo à Polícia que além dos exemplares que trazia consigo tinha outros, de outras cadeiras em sua casa.

Tais exemplares acabariam por ser recuperados pela Polícia após buscas na residência de Ussene. Por cada prova, segundo a Polícia, o suspeito cobrava cinco mil Meticais (cerca de 185 dólares) com direito a desconto até dois mil Meticais para quem quisesse adquirir mais do que um exemplar. O negócio foi descoberto no sábado por um grupo de estudantes que, apercebendo-se de uma movimentação estranha de exemplares das provas, envolvendo elementos da direcção e seus colegas, tratou de alertar a Polícia que, de imediato, colocou uma equipa de investigadores que rápida e facilmente se infiltrou na rede devido à avidez dos suspeitos pelo negócio.

O Reitor do ISCISA, Aurélio Zilhão, disse que não tinha nenhuma informação sobre a ocorrência e que a instituição estava preparada para realizar os exames de admissão a partir de hoje. “Hoje (ontem) não vi o director científico, mas mesmo assim não achei nada estranho, pois, tanto quanto sei, ele devia estar a caminho de Gaza, onde iria dirigir o processo de exames de admissão. Portanto, não sei de nada”, disse Zilhão. Arnaldo Chefo, porta-voz da PRM na cidade de Maputo, que confirmou o facto ao “Noticias”, disse que a equipa de investigadores ainda está à procura de mais elementos que possam sustentar o suposto envolvimento do Director Científico do ISCISA no caso, sublinhando que até agora só existem provas contra o estudante Ussene António.

“O estudante só disse que José Nunes Gilberto foi quem lhe contactou a fim de servir de intermediário no negócio. Estamos a trabalhar para ver até que ponto isso é verdade. O estudante está detido porque em sua posse foram recuperados onze exames”, disse Chefo. Segundo a fonte, a PIC está igualmente a seguir a pista de um estudante do ISCISA alegadamente visto no Aeroporto Internacional de Maputo a despachar um envelope contendo exemplares dos referidos exames, que aparentemente tinham como destino a província de Tete.

Além deste dado, os investigadores estão igualmente a trabalhar com uma outra pista que dá conta de que outros exames foram alegadamente espalhados pelo país fora, via Internet, e que há receptores em todas as províncias incumbidos de vendê-los. Desde a sua criação, o ISCISA vem sendo abalado por vagas de instabilidade, com os estudantes a manifestarem-se sistematicamente contra o mau ambiente e desmandos protagonizados por alguns quadros de direcção, incluindo o Director Científico, José Gilberto.

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