Os pescadores artesanais que recorrem à rede para esta actividade, vulgarmente chamada chicocota, pedem ao Governo o fim desta prática por estar a concorrer para a captura de peixe miúdo, o que contribui significativamente para a sua escassez no banco da Nova Sofala, na província com o mesmo nome.
Segundo os pescadores, o banco da Nova Sofala era conhecida pela abundância de peixe mas actualmente o produto está esgotado, sobretudo no alto mar, devido à chicocota. Os pescadores pediram igualmente uma embarcação para os conselhos comunitários de pesca fiscalizarem a costa, principalmente no posto administrativo de Nova Sofala.
O grupo queixou-se, também, da falta de meios circulantes para os extensionistas das pescas, o que faz com que percorram dezenas de quilómetros a pé para prestarem assistência aos pescadores e, por vezes, não trabalham devido ao cansaço.
As preocupações foram apresentadas ao ministro das Pescas, Victor Borges, durante uma visita de trabalho ao distrito do Búzi, com o objectivo de acompanhar a execução do Programa Quinquenal do Governo. Outra inquietação dos pescadores tem a ver com o facto de o mercado construído na região de Chiconjo, em Nova Sofala, não estar a funcionar, há mais de dois anos, por falta de corrente eléctrica. Trata-se de uma infra-estrutura com um sistema de frio para a conservação do pescado, contudo, é inoperacional por falta de energia.
Eles pediram ainda para que o Governo encontre uma forma de rever os altos juros dos créditos concedidos pelo Fundo de Fomento Pesqueiro. Entretanto, as pessoas a que nos referimos manifestaram satisfação devido à reabilitação da estrada Barada/Thungo, num raio de 15 quilómetros, o que na sua opinião vai dinamizar o escoamento do pescado para as províncias de Manica, Tete e da Zambézia.
Como resposta, Victor Borges disse aos pescadores que já há meios circulantes, faltando apenas a sua locação aos beneficiários. O governante não deu pormenores sobre o assunto nem disse quando é que serão disponibilizados. Em relação à chicocota, o ministro considerou o fim dessa prática depende da concertação de esforços entre o Governo, os pescadores e a população.
