A múmia de uma das primeiras governantes mulheres do Peru, a “Senhora de Cao”, que morreu há 1.700 anos, é a principal atração de um novo museu arqueológico inaugurado recentemente no país.
O museu Cao, dedidaco à “Senhora de Cao”, permitirá aos visitantes observar seu corpo mumificado pela primeira vez desde seu descobrimento, em 2006, junto com teares e cerâmicas da cultura Mochica.
Algumas peças da exposição tem mais de 5.000 anos de idade. O museu foi construído no complexo arqueológico de El Brujo, em Magdalena de Cao, localidade do vale de Chicama, na costa norte peruana, perto do oceano Pacífico, a 570 quilômetros de Lima. A ministra peruana de Comércio e Turismo, Mercedes Aráoz, inaugurou o museu, fruto de uma parceria entre o setor público e privado, que aportou cerca de um milhão de dólares no projeto.
A “Senhora de Cao” também é conhecida como “a Dama das Tatuagens”, devido aos desenhos de serpentes e aranhas que tem gravados nos braços, que podem representar a fertilidade da terra ou ser sinal de poderes sobrenaturais. O corpo da governante encontra-se em um estado de conservação notável, e será exibido em um ambiente com temperatura e luz adequadas para não deteriorar sua pele.
A múmia usa um luxuoso traje, com coroas e colares de ouro e prata. O bom estado de conservação se deve principalmente ao cinábrio, ou sulfato de mercúrio, uma tinta vermelha aplicada durante o processo de mumificação que evita a decomposição e impede que insetos penetrem na pele.
Além disso, a múmia foi sepultada no interior de uma pirâmide, onde não entrou em contato com a água nem com a umidade do ar, o que colaborou para que sofresse a mínima deterioração possível, segundo arqueólogos do Instituto Nacional de Cultura.
Os pesquisadores acreditam que a mulher morreu jovem, entre os 25 e 30 anos de idade, mas não sabem dizer a causa de sua morte, supondo que tenha sido alguma doença.