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Persiste falta de gasolina em Nampula; No informal o litro está a ser vendido a 150 meticais

A crise de gasolina que se arrasta desde o início da semana passada em quase toda a província de Nampula ainda se mantém em face do atraso da chegada do navio que transporta este combustível ao porto de Nacala, esperando-se que a situação se venha a regularizar somente a partir da próxima quinta-feira.

Este domingo, o único posto de abastecimento que tinha gasolina era o da casa Fabião, facto que provocou enormes filas a ponto de criar um congestionamento na avenida da Independência e as ruas contíguas como é o caso da 3 de Fevereiro e Combatentes.

O litro da gasolina que de acordo com o preço oficial custa nas principais cidades cerca de 45 meticais, esta a ser vendido no mercado informal da cidade de Nampula a 150 meticais, situação que decorre da falta daquele combustível, porquanto o navio que era esperado sábado passado no porto de Nacala regista um atraso em relação a sua chegada.

Numa ronda efectuada ontem a cidade de Nampula o Wamphula Fax constatou que com a excepção dos dois postos da Fabião, nenhum outro posto possui gasolina nos seus depósitos não obstante algumas pertencentes a Petromoc terem beneficiado de um abastecimento de emergência a partir da Beira, através de dois camiões tanque. A aquisição da gasolina é possível neste momento, com alguma incerteza sobre o grau de pureza, no mercado paralelo criado próximo das bombas que até semana passada ainda possuíam algumas quantidades cuja compra era feita mediante o recebimento de uma senha correspondente a 20 litros.

A falta de gasolina nas principais cidades de Nampula é visível porquanto o parque automóvel é constituído maioritariamente por viaturas ligeiras e motociclos. Na cidade capital provincial esperase a partir de hoje, até a normalização da falta de gasolina, dificuldades acrescidas para os utentes do vulgo “chapa cem” conseguir um lugar, sobretudo na viagem de ida e volta para os postos de trabalho. É que a frota de “mini-bus” que explora aquele serviço para além de reduzida funciona maioritariamente a base de gasolina.

Os táxis estão na sua maioria parqueados e alguns operadores entrevistados pelo “Wamphula Fax” disseram que esperam voltar a operar quando a gasolina reaparecer nos postos de abastecimento. Desde sexta-feira que o movimento de viaturas na cidade de Nampula baixou pois a maioria estão sem gasolina para circular.

O parque automóvel em Nampula que é dominado por viaturas ligeiras que funcionam a base de gasolina cresceu significativamente nos últimos dois anos com a entrada de veículos recondicionados. Este facto justifica o consumo de 17.802 metros cúbicos combustíveis ao longo do primeiro trimestre contra 10.305 metros cúbicos planificados para o período em análise segundo estatísticas da Petromoc em nosso poder. A nossa reportagem procurou saber junto do sector de operações no porto de Nacala a nova data prevista para a atracagem do petroleiro Port Union que inicialmente devia ter chegado sábado último, tendo apurado que o facto deverá acontecer na próxima quarta-feira devendo o descarregamento da gasolina e outros combustíveis que transporta iniciar dia seguinte.

De acordo com Moisés Paulino o atraso da chegada do petroleiro a Nacala- Porto se deve a demora registada para atracar no porto de Maputo semana passada onde também deveria descarregar combustíveis como gasolina, gasóleo e petróleo. A ruptura de gasolina em Nampula que deverá fazer-se sentir rapidamente noutras províncias vizinhas nomeadamente Cabo Delgado e Niassa resulta do facto do navio Port Union ter atracado com cerca de dois dias de atraso no porto de Maputo devido a falta de espaço para igualmente fazer o descarregamento de combustíveis.

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