Bom dia Tina, queria saber quais são os riscos que alguém do grupo sanguíneo B- corre no período de gestação ou se há cuidados a tomar com esse grupo sanguíneo?
Os grupos sanguíneos são classificados como A, B, AB e O. Para além dessa classificação, diz-se que o sangue é Rh-positivo ou Rh-negativo, conforme os glóbulos vermelhos possuam ou não, uma proteína chamada antígeno D. Assim, temos sangue Rh-negativo (sangue A-, B-, AB- ou O-) e sangue Rh-positivo (A+, B+, AB+ ou O+).
Os riscos para a gestação estão essencialmente relacionados com a classificação Rh, especialmente quando o sangue da grávida é Rh-negativo. Portanto, independentemente de ser A, B, AB ou O, o que envolve riscos para a gestação é o Rh ser negativo (felizmente, só 5 a 15 por cento das pessoas tem Rh-negativo). Se o pai também for Rh-negativo, não há problema nenhum. Mas, quando o pai é Rh-positivo, portanto incompatível com o sangue Rh-negativo da grávida, então surgem os riscos para a gestação.
Normalmente, o tipo de sangue da grávida não afecta a primeira gravidez. O problema surge se o primeiro filho for Rh positivo como o pai, e o sangue deste bebé tiver entrado em contacto com o sangue da mãe, por exemplo durante o parto, e especialmente se for por cesariana. Neste caso, o organismo da mãe reage à presença de um sangue “estranho” (Rh-positivo), incompatível com o seu próprio (Rh-negativo) e produz substâncias (chamadas anticorpos anti-Rh positivo) para se “defender” do sangue Rh-positivo. Na sequência disto, se esta senhora engravidar uma segunda vez, e o novo feto também for Rh-positivo, então os anticorpos anti-Rh positivo da grávida, vão causar problemas no feto, incluindo doenças graves e até a morte.
Felizmente, há tratamentos que evitam a produção destes anticorpos, a chamada imunoglobulina anti-D. Esta destrói qualquer célula sanguínea do bebé que esteja eventualmente na circulação da mãe, antes que ela comece a produzir anticorpos. Normalmente, faz-se uma ou duas injecções destas, umas semanas antes do parto, ou alternativamente uma injecção, até 3 dias após o parto.
Deste modo se previnem complicações nas gestações seguintes.