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Pedro Cossa assume que há agentes da Polícia que colaboram com sequestradores

O porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), Pedro Cossa, reconhece, pese embora tarde demais, o que para inúmeros moçambicanos já era um facto, há bastante tempo: existem elementos da Polícia que cooperam com os sequestradores, por isso, estes encontram um “terreno fértil” para cometer os desmandos que têm causado sofrimento em muitas famílias, e têm a protecção dos mesmos agentes da Lei e Ordem.

O assalto ocorrido na baixa da cidade de Maputo, numa manhã, na semana passada, a poucos quarteirões da 1ª esquadra da PRM, pode ser uma prova de que os raptores agem sob protecção de quem devia, por obrigação, garantir a ordem e tranquilidade públicas, bem como garantir segurança para a população.

Esta terça-feira (29), no habitual briefing com a Imprensa, Pedro Cossa disse que lamenta o aumento assustador do de agentes da corporação envolvidos na onda de sequestros no país. A rede de criminosos não pára por ai. Segundo o porta-voz, ?existem funcionários de certas instituições bancárias que facultam informações aos sequestradores?.

Num outro desenvolvimento, Pedro Cossa explicou a inoperância da Polícia com uma suposta falta de ajuda dos habitantes deste país. Ele disse que para a PRM ter êxito no desmantelamento das quadrilhas dos sequestradores é imperiosa a colaboração da população, isto porque o grosso dos sequestros ocorrem à vista de muitos e poucos tomam a iniciativa de denunciar.

Entretanto, Cossa esqueceu-se de um detalhe: a população pode até não informar à Polícia sobre esse problema, pois cada vez mais tende a confiar pouco nos seus préstimos, porém, em cada rapto, dezenas de cidadãos informam à Imprensa. De acordo com o porta-voz, o povo não pode sofrer pressões vingativas, não pode deixar de progredir por causa da intimidação dos sequestradores.

?Um factor curioso é que os praticantes deste crime estudam o circuito, infiltram-se, conseguem os dados pessoais e acertam a hora e o local do crime?, disse Cossa apelando para que haja mais vigilância porque existem famílias que facultam dados e mandam para terceiros. Estes, por sua vez, participam na execução desses crimes em troca de bens materiais e monetários.

Por sua vez, o ministro da Indústria e Comércio, Armando Inroga, defende que os sequestros que têm estado a causar pânico e insegurança, sobretudo na capital moçambicana, devem ser meticulosamente investigados e desencadear-se acções capazes de estancá-los.

O governante e Pedro Cossa instam a sociedade a estar vigilante, principalmente no momento de arrendar uma residência a alguém ou emprestar viatura, pois nesse processo poder estar incluso um malfeitor. Armando Inroga falava terça-feira (29), em Maputo, aos órgãos de comunicação social.

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