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Pathfinder recupera perto de 86.000 pacientes com HIV-sida que haviam abandonado tratamento

Pathfinder 2

O projecto comunitário de Reforço da Adesão e Retenção de Pacientes em Terapia Antirretroviral e Triagem para a Tuberculose (RARE-HIV-TB), implementado pela Pathfinder Moçambique, reintegrou, entre Janeiro de 2019 e Dezembro de 2020, nas províncias de Gaza, Manica e Sofala, um total de 85.713 pessoas que vivem com o HIV-Sida e que tinham abandonado o Tratamento Antirretroviral (TARV).

Estima-se que, nesse período, um ano após o início do TARV, cerca de 1/4 de pessoas seropositivas, em Gaza, e 1/3 em Manica e Sofala, não prosseguiram com o tratamento, situação que levou a Pathfinder a desencadear intervenções comunitárias, através dos agentes comunitários de saúde (ACS), com vista à melhoria da adesão, retenção e cuidado relativo ao TARV.

Por via destas acções, a organização não-governamental norte-americana conseguiu, entre 2018 e 2020, evitar, também, o registo de perdas no acompanhamento aos novos beneficiários do TARV, assim como logrou sensibilizar os que tinham desistido, no sentido de retomarem o tratamento antiretroviral, cumprindo todas as recomendações clínicas.

Com efeito, dos 21.122 pacientes recém-inscritos para o TARV, entre Janeiro de 2019 e Dezembro de 2020, 19.639 foram localizados, através de visitas de apoio efectuadas ao longo de 18 meses, nas três províncias. Além disso, dos 18.020 casos seropositivos identificados para a adesão ao tratamento, 16.440 (91%) foram localizados.

O projecto localizou ainda 100.713 pacientes, dos quais 90.187 foram encaminhados às unidades sanitárias, de um universo de 135.503 infectados pelo HIV-Sida, que estavam fora do acompanhamento médico, no início do projecto.

O RARE-HIV-TB concentrou as suas acções de retenção de TARV em pacientes recém-registados ou admitidos para iniciar o TARV, dentro de 15 dias após o teste positivo para o HIV, e pacientes que abandonaram o TARV ou pararam de fazer o acompanhamento médico.

Por meio de diálogos, especialistas e técnicos do projecto ajudaram a corrigir percepções erróneas, dúvidas e tabus comuns, assim como mudar a mentalidade da comunidade e contribuir para a remobilização dos pacientes para retornar ao tratamento.

Deste modo, ao longo do projecto, 30.285 pessoas (10.722 homens [65%] e 19.563 mulheres [35%]) participaram em 1.329 diálogos comunitários, com uma média de 22 participantes por diálogo.

Das 34.535 pessoas que vivem com o HIV-Sida que o RARE não conseguiu encontrar, a maioria (38%) tinha o endereço errado na lista. Outros mudaram de residência (18%), estavam a viajar (13%), morreram (12%), mudaram-se após o ciclone Idai (7%), estavam ocupados a trabalhar (6%) ou estavam inacessíveis por outros motivos (6%). A Pathfinder continua a envidar esforços para atingir estas pessoas e não deixar ninguém para trás.

Ao final do projecto, 85.713 (63%) pacientes, que tinham perdido o acompanhamento médico, foram reintegrados na TARV na mesma proporção de sexo que os perdidos para acompanhamento e os encontrados.

Importa realçar que a adesão ao TARV tem sido baixa, no País, onde 33% dos infectados interrompem o TARV até ao 12º mês, muitas vezes por razões económicas.

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