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Partidos políticos debatem consolidação da paz e democracia no país

Mais de quarenta representantes de partidos políticos reuniram-se, esta terça-feira (23), em Maputo, para reflectir sobre o papel dos partidos políticos na consolidação da paz e da democracia em Moçambique. A tónica dominante da discussão foi a suposta limitação, pela Frelimo, do exercício político pelos outros partidos.

O encontro é uma espécie de conferência nacional. No primeiro dia de actividades debateu-se sobre os 20 anos da paz, ganhos, constrangimentos, desafios e lições aprendidas. Mas muito pouco disto se falou. Houve mais discursos de acusações do que realmente um debate focalizado nos temas agendados.

Luís Boavida, secretário-geral do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), disse que a paz pode ser vista em diferentes vertentes e na sua opinião está claro que no país só houve o calar das armas entre a Frelimo e a RENAMO, mas a paz continua ausente no dia-a-dia dos moçambicanos.

A maioria das famílias vive num ambiente de total incerteza devido à carência de bens e de serviços básicos. Ainda segundo ele, está-se perante uma situação aliada ao facto de o partido no poder impedir, desestabilizar e inviabilizar as actividades dos outros partidos, em particular do MDM. Usa as polícias de Protecção e Camarária, os líderes comunitários e os titulares de várias instituições do Estado para barrar o exercício político desses mesmos partidos. Esta conduta, disse, coloca em perigo a paz e a construção de um Estado de Direito Democrático e visam consolidar e reinstitucionalizar as atitudes e práticas de partido único conforme o Governo do dia tem tentando implantar.

Por sua vez, Manuel Bissopo, secretário-geral da RENAMO, disse que “na realidade não há democracia em Moçambique. Está claro que a Frelimo não quer a democracia e tem medo dela porque não tem apoio popular”. Acrescentou que o Acordo Geral da Paz é sistematicamente violado.

Sérgio Pantie, representante do partido Frelimo, disse que o Acordo Geral da Paz pôs fim ao conflito armado e abriu uma nova era de convivência política e social entre os moçambicanos, onde os cidadãos usufruem das realizações do Governo em vários domínios, tais como a expansão da rede escolar, sanitária, abastecimento de água. Com a paz testemunhou-se a reconstrução e expansão das vias de acesso e a melhoria da vida da população. Houve consolidação e aprofundamento da democracia cuja manutenção é tarefa de todos os cidadãos, em particular dos partidos políticos.

O segundo dia do debate é esta quarta-feira (24) e vai incidir sobre o diálogo e a consolidação da paz e da democracia em Moçambique.

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