O partido governista do México juntou-se, esta Quinta-feira (19), à maior força de esquerda do país e exigiu que a autoridade eleitoral esclareça as denúncias sobre financiamento ilegal da campanha do vencedor das eleições, Enrique Peña Nieto, do Partido Revolucionário Institucional (PRI), antes de ele ser validado como presidente.
Andrés Manuel López Obrador, candidato por uma aliança de esquerda, busca invalidar as eleições nas quais ficou em segundo lugar depois de Peña, a quem acusou de financiar a sua campanha com fundos provenientes de lavagem de dinheiro.
Mas agora Gustavo Madero, presidente do Partido da Acção Nacional (PAN), que governa o país desde 2000, disse que, se o seu partido não tentar invalidar as eleições, quer que se esclareçam as denúncias.
O tribunal eleitoral deve dar a aprovação às eleições, o que implica declarar Peña como presidente eleito, no início de Setembro.
Madero acrescentou que tanto o PAN como o partido que liderou a aliança de esquerda, o Partido da Revolução Democrática (PRD), também irão ao Ministério Público para denunciar o caso.
Ele sugeriu ainda que os governadores do partido vencedor, o PRI, poderiam ter desviado recursos públicos à campanha.
“Já estamos a trabalhar com as equipes jurídicas de ambos os partidos para que, com os elementos de presunção que temos, possam ir a fundo”, disse Madero em entrevista colectiva conjunto com o presidente do PRD, Jesús Zambrano.
Ambas as forças políticas também estão interessadas em analisar o chamado “caso Monex”, um grupo financeiro mexicano que, segundo as acusações do PRD, teria sido utilizado pelo PRI para transferir recursos a cartões de débito numa operação para comprar votos.
Quando o PAN uniu-se à ofensiva contra Peña Nieto, o presidente Felipe Calderón, que está de saída, recebeu-lhe, esta semana, na residência oficial.
Depois do encontro, a presidência emitiu um comunicado a dizer que ambos concordaram com uma transição ordenada com a nova administração, que inicia a 1 de Dezembro.