Os etíopes votam neste domingo em uma eleição parlamentar que deve dar uma vitória esmagadora para o partido no poder, que se gaba de entregar um forte crescimento económico, enquanto adversários se queixam de que os seus simpatizantes estão sendo reprimidos.
No poder há quase um quarto de século, a Frente Democrática Revolucionária do Povo Etíope (EPRDF, na sigla em inglês) supervisionou a transformação de uma nação que sofria com a fome e estava de joelhos após comandos comunistas para uma que agora atrai investidores estrangeiros. Mas críticos dizem haver pouco espaço para a dissidência.
O parlamento actual de 547 assentos conta com apenas um membro da oposição. “Em muitas aldeias, nosso povo está a ser reprimido e os nossos representantes estão a ser expulsos. Eles são obrigados a votar para o EPRDF,” disse Bekele Nagaa, um membro da maior coligação de oposição Medrek.
O governo nega a acusação e diz que vai coibir quaisquer violações. “De forma alguma o partido do governo tolera tal tipo de actividades”, disse o ministro das Comunicações, Redwan Hussein. O governo prometeu uma eleição livre e justa.
Especialistas não esperam uma grande mudança para a oposição nesta votação, a primeira desde que o primeiro-ministro Hailemariam Desalegn assumiu o governo depois de Meles Zenawi, o rebelde que virou estadista e colocou a Etiópia no caminho para a recuperação, morrendo em 2012.