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Parque Nacional de Gorongosa está em contínuo esvaziamento

As acções de restauração e repovoamento de animais desenvolvidas pelo Governo moçambicano no Parque Nacional de Gorongosa, na província de Sofala, podem fracassar devido ao aumento de caçadores furtivos, envenenamento e devastação dos recursos faunísticos e florestais, o que, por conseguinte, poderá depreciar o turismo e a qualidade de espécies existentes no local.

Ao @Verdade, Abdala Mussa, director-geral da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) no Ministério do Turismo, disse, nesta terça-feira (13), em Maputo, que não se pode combater a caça furtiva e o abate ilegal de recursos faunísticos e florestais sem pessoas preparadas e fundos para o efeito. Há uma rede de indivíduos de má-fé que procura, incansavelmente, as pontas de marfim de elefantes e rinocerontes para comercialização no mercado asiático.

O nosso interlocutor traçou um quadro negro sobre os impactos nefastos dos caçadores furtivos. É que, entre 1972 a 2012, o Parque Nacional de Gorongosa perdeu 99 a 92 porcento da população de búfalos e elefantes, ou seja, passou de 14.000 e 2.500, respectivamente, para pouco menos de 400 animais nas duas espécies.

No mesmo período, os hipopótamos e as zebras reduziram de 3.500 para 200 e 20 animais, para além da redução drástica de espécies tais como boi-cavalo, palapala, gondonga, leão e piva na ordem dos 99, 86, 88, 85 e 91 porcento respectivamente. Este quadro demonstra, claramente, que se não forem adoptados mecanismos arrojados para travar a caça ao tesouro, o turismo estará ameaçado naquele ponto do país, assegurou Abdala Mussa.

Segundo o nosso entrevistado, manifestamente indignado com esta delapidação, neste momento, estão a ser introduzidas acções de gestão e monitoria de fogos e controlo da fauna-bravia e em 2013 foram plantadas 4.000.000 de árvores de espécies nativas. Entretanto, este trabalho pode ser nulo se persistir a falta de políticas audazes para estancar o fenómeno nocivo acima apresentado e fortificar as acções de mitigação realizadas naquele parque, piores dias aproximam-se.

Já foram catalogadas 3.000 espécies de flora e fauna com vista a definição de acções concretas para a protecção e conservação da biodiversidade. E estão a ser recrutados e treinados técnicos moçambicanos para fazerem à caça ilegal, exploração ilícita de recursos florestais e faunísticos, envenenamento de animais e queimadas descontroladas.

De acordo com Abdala Mussa, em 2013, a actividade turística no Parque Nacional de Gorongosa registou uma queda de 41 porcento, comparativamente a 2012, porque apenas 1.240 turistas visitaram o local.

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