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Parlamento espanhol reúne-se sem novo governo à vista

A Câmara dos Deputados espanhola voltou a reunir-se nesta quarta-feira pela primeira vez desde uma eleição inconclusiva no mês passado, com divergências entre os partidos políticos sobre a formação de um governo. O fracasso em fazer avançar a formação de uma coligação antes dos parlamentares assumirem os seus assentos sugere novamente que o impasse pode durar semanas, com a possibilidade de uma nova eleição.

Os partidos concordaram em nomear um parlamentar socialista como presidente da Câmara, embora a forma como o acordo foi fechado sinalize mais divisões do que aproximações políticas. Mas há expectativas de mudanças, depois que a eleição de 20 de Dezembro rompeu o molde da política espanhola das últimas quatro décadas, desde a restauração da democracia, ao trazer dois novos partidos –o de esquerda Podemos e o liberal Ciudadanos– ao Parlamento.

“A política neste país já mudou, agora, nós temos que mudar as instituições”, disse o líder socialista, Pedro Sánchez, ao abrir a sessão.

Num tuíte, o líder do Ciudadanos, Albert Rivera, chamou este acto de “uma segunda transição”. Os seus comentários reflectiram o sentimento de que a primeira transição da Espanha após a morte do ditador Francisco Franco, em 1975, agora é história e que o país precisa de uma nova geração de líderes.

Na eleição, o conservador Partido Popular (PP), no poder pelos últimos quatro anos, ganhou grande parte dos assentos, mas não a maioria. Os socialistas (PSOE) ficaram em segundo lugar, mas perderam muito do seu apoio para o terceiro colocado Podemos, que surgiu em resposta às duras medidas de austeridade do governo.

O resultado reflectiu o descontentamento generalizado na Espanha, mesmo com o país deixando para trás sua longa recessão com um crescimento de 3,3 por cento em 2015 e outros 3 por cento previstos para este ano. Um período de instabilidade política poderia abalar essa recuperação.

As difíceis negociações no Parlamento também são complicadas pelo futuro da Catalunha, cuja assembleia regional agora é controlada por uma coligação separatista.

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