A acção do pardal de bico vermelho prejudicou sobremaneira a produção de arroz em Chókwè, um distrito da província de Gaza, sul de Moçambique, com elevado potencial agrícola e antes tido como “celeiro da nação”.
Em entrevista a AIM, o administrador do distrito de Chókwè, Alberto Libombo, disse que a acção devastadora desta ave resultou numa produtividade de quatro toneladas por hectare, contra seis toneladas que se esperavam.
“Na campanha agrícola passada tivemos algumas perdas por causa do pardal de bico vermelho. Na próxima campanha, estamos a envidar esforços para combater este pássaro antes da chegada da época da colheita”, disse Libombo.
Segundo a fonte, outro problema que afectou a campanha agrícola passada foi a seca, tendo sido mais severa na zona alta e sem cobertura do regadio. Neste período, a produção total de arroz foi de 16 mil toneladas.
No total, os agricultores de Chókwè dedicaram uma área de quatro mil hectares para a produção de arroz. Este ano, a área para o cultivo de arroz vai subir para sete mil hectares.
O relançamento da produção de arroz em Chókwè e em diversos pontos do país enquadra-se nos esforços do governo visando diminuir ou eliminar as importações de cereais básicos, que constituem a principal dieta alimentar no país.
Para o caso de arroz, por exemplo, Moçambique enfrenta um défice anual de perto de 300 mil toneladas de arroz, uma vez que a produção actual deste cereal é de cerca de 350 mil toneladas das 600 mil consumidas.
O regadio de Chókwè tem uma capacidade de cerca de 34 mil hectares, das quais 23 mil são aproveitáveis. Contudo, apenas sete mil estão sendo explorados de momento e o vasto potencial ainda carece de reabilitação.
Neste momento, estão em curso obras de reabilitação de mais sete mil hectares, num projecto financiado pelo Banco Islâmico para o Desenvolvimento. Com o fim destas obras, espera-se duplicar para 14 mil hectares a área de cultivo de arroz naquele regadio.
Além do arroz, os agricultores de Chókwè também produzem cereais diversos bem como hortícolas, com destaque para o tomate, que serve para abastecer os principais mercados da província de Gaza e da cidade de Maputo, a capital do país.