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Parcerias Público Privado com Moçambique não foram muito atractivas para chineses

Parcerias Público Privado com Moçambique não foram  muito atractivas para chineses

Foto da Presidência da RepúblicaO ministro da Economia e Finanças explicou ao @Verdade por que razões Moçambique não tem conseguido tirar maior proveito das oportunidades de financiamento chinês. “(…)Estávamos muito mal publicitados ao nível da China”. De acordo com Adriano Maleiane “Mesmo vendendo a ideia de PPP (Parceira Público Privado) parece que não foi muito atractivo para os investidores chineses”.

O @Verdade revelou que a percepção generalizada que Moçambique tem recebido milhões em financiamentos da China não corresponde a realidade. Dos 60 biliões de dólares em investimentos, linhas de crédito e donativos que o gigante país asiático disponibilizou no âmbito do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) o nosso país obteve o equivalente a cerca de 335 milhões de dólares norte-americanos entre 2015 e 2018, bem menos do que os 963 milhões garantidos pelo Governo de Armando Guebuza entre 2013 e 2015.

Questionado pelo @Verdade o ministro Maleiane começou por explicar que: “O programa que eles no venderam foi de aumento daquilo que eles chamam capacidade produtiva, apoiar Moçambique para ter uma capacidade em todos os sectores. E o que o Governo sempre quis é ter os empresários chineses a virem para Moçambique como investidores e não como implementadores de empréstimos que nós contraímos”.

“Esse processo continuamos a pensar que é o mais correcto. O que aconteceu é que os empresários chineses não conheciam bem isso e nós aqui tínhamos sempre a ideia que era preciso dar a lista de projectos que o Governo acha que são prioritários. E nós fizemos isso que é para a parte chinesa interessar os empresários chineses que iriam pedir financiamento lá e o Governo não teria nada com o assunto”, aclarou.

Contudo, de acordo com o titular da Economia e Finanças, na óptica dos chineses estava a faltar alguma coisa. “Mesmo vendendo a ideia de PPP (Parceria Público Privado) parece que não foi muito atractivo para os investidores chineses”.

“(…)Primeiro estávamos muito mal publicitados ao nível da China e cá nós também não encontramos melhor forma e seguimos um pouco à risco aquilo que eles diziam que era só submetermos a lista dos projectos”, esclareceu Adriano Maleiane.

Respondendo a questão do @Verdade, durante o encontro que teve com jornalista recentemente, o ministro da Economia e Finanças revelou que neste momento o Governo está a estruturar melhor a abordagem de como tira proveito das oportunidades do FOCAC, que tem mais 60 biliões de dólares norte-americanos para África até 2021.

“Moçambique prefere nesta fase receber mais investidores do que mais crédito”

Foto de Adérito CaldeiraMaleiane aprofundou que existe a possibilidade de investidores chineses entrarem no financiamento da barragem de Mphanda Nkuwa e mesmo da Espinha Dorsal de energia Tete – Maputo “em vez do Estado andar a pedir financiamentos para depois virem empresas chinesas fazerem, eles podem ir directamente pedir financiamento para entrar e serão tratados como investidores normais, com aqueles incentivos que nós damos”.

O governante revelou ainda que na actual situação de insustentabilidade da Dívida Pública Externa Moçambique “está a dizer, e não é só a China mas a a todos (Parceiros), que Moçambique prefere nesta fase receber mais investidores do que mais crédito”.

“Porque crédito que nós podemos ter para a sustentabilidade da nossa dívida tem que ser altamente concessionais e crédito da China e dos outros não são muito” declarou o ministro Maleiane indicando que o melhor crédito concessional que Moçambique tem obtido é da Agência Japonesa de Desenvolvimento, “ninguém se com a JICA que o juro é 0,01 por cento para pagar em 40 anos com praticamente 30 de graça”.

Para o triénio 2018 – 2021 a China colocou à disposição dos países africanos mais 60 biliões de dólares norte-americanos repartidos em assistência não reembolsável, empréstimos sem juros e empréstimos preferenciais no valor de 15 biliões de dólares; uma linha de crédito no valor de 20 biliões de dólares; um fundo especial financeiro China-África do desenvolvimento no valor de 10 biliões de dólares; um fundo especial de financiamento e de comércio para a importação da África no valor de 5 biliões de dólares; e mas 10 biliões de para empresas chinesas a investirem no nosso continente.

A 31 de Dezembro de 2017 o nosso país devia a China 118,2 biliões de meticais (cerca de 1,9 bilião de dólares norte-americanos), a maior Dívida Pública Externa de Moçambique a um único país.

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