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Para Ivone Soares o Presidente da República escamoteou a verdade no seu “diagnóstico sobre o Estado da Nação”

A chefe da bancada parlamentar da Renamo, Ivone Soares, contraria o Presidente da República, Filipe Nyusi, dizendo que “o país real” está mal e a braços com problemas que vão desde a “má governação”, passar pela “falta de transparência”, até desembocar na “falta de inclusão”. O povo sofre devido à precariedade da vida e à violação dos seus “direitos mais básicos”. Assim, para ela, “custa muito acreditar que haja quem pense que o Estado da Nação” seja “estável e inspira confiança”.

Segundo ela, “com todos os problemas” a que o povo está sujeito, “a verdade” que o estadista moçambicano não quis assumir “é que o Estado da nossa Nação é Mau”.

Na opinião da deputada, um dia há apagões por falta de energia, outro dia ninguém pode levantar o seu próprio dinheiro nas caixas automáticas porque o sistema foi abaixo (…) e, às vezes, não há água e a distribuição é fraca e condicionada.

Para variar, quando chove não se anda porque as vias de acesso ficam alagadas, as casas inundadas e muitos transportes públicos não se fazem à estrada ou encurtam as distâncias previstas por cada viagem, vai daí a parlamentar e questiona se “tudo isso inspira confiança”. Se sim, “a quem?”

Discursando no encerramento da VIII Sessão Ordinária da VIII Legislatura da Assembleia da República (AR), a chefe da bancada parlamentar da Renamo ainda perguntou se, para além dela, “alguém (…) acreditou no diagnóstico sobre o Estado da Nação” proferido na quarta-feira (19), por Filipe Nyusi.

Quem não gostou destas declarações de Ivone Soares foi Margarida Talapa, chefe da bancada parlamentar da Frelimo. Sem rodeios e esboçando um sorriso irónico, ela afirmou que a Renamo e o MDM estão enciumados com o informe do Presidente da República.

Porém, a deputada não argumentou quais seriam as razões do alegado ciúme.

No que à “falta de inclusão” diz respeito, Lutero Simango, chefe da bancada parlamentar do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), voltou a alertar ao Governo sobre o pretenso risco de estar a levar a cabo um diálogo político, com vista à paz propalada efectiva, só com a Renamo.

O Executivo tem sido “incapaz de promover um espaço de diálogo mais inclusivo sobre as grandes questões do país” e o não “envolvimento de outras forças políticas e da sociedade civil é uma deliberada exclusão, susceptível de criar conflitos no futuro (…)”, disse Lutero, realçando que os excluídos jamais se sentirão obrigados a fazer parte de acordos sobre os quais não foram ouvidos.

Verónica Macamo, presidente da AR e a última discursar, entrou na discussão observando que o informe sobre a situação geral da Nação mostrou que há realizações mas prevalecem desafios em vários sectores, cuja solução pode ser premente para o “progresso do país e bem-estar dos moçambicanos”.

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