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Paquistão sofre com quatro atentados em 24 horas

O Paquistão foi sacudido nas últimas 24 horas por quatro atentados que deixaram pelo menos 71 mortos na segunda-feira e terça-feira, em uma intensificação da onda de ataques executados há quase dois anos e meio pelos talibãs vinculados à Al-Qaeda.

Pelo menos 12 pessoas morreram na terça-feira na explosão de uma bomba perto de edifícios do Exército na cidade de Multan, leste do país. “Transportamos 12 corpos e pelo menos 18 feridos, a maioria das vítimas são civis”, declarou à AFP o médico Kaleem Ullah, um dos diretores dos serviços de emergência de Multan. Ele disse que militares estavam entre as vítimas. “Foi um atentado com bomba”, afirmou Saood Aziz, chefe de polícia local. O ataque aconteceu um dia depois de três atentados que provocaram quase 60 mortes no país, dois deles executados de maneira quase simultânea em um mercado lotado de Lahore, a capital da província de Punjab.

As explosões no mercado provocaram 49 mortos e deixaram 150 feridos, segundo um balanço atualizado pela polícia na terça-feira. O terceiro ataque foi executado por um homem-bomba na entrada de um tribunal de Peshawar, a grande cidade do noroeste do país, e matou 10 pessoas. Os atentados não foram reivindicados, mas a maioria dos ataques que deixaram mais de 2.700 mortos desde meados de 2007 foram cometidos pelo Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), aliado da Al-Qaeda, ou por grupos ligados a este último.

O ritmo dos atentados, suicidas em sua maioria, se intensificou consideravelmente nos últimos 45 dias, desde que o Exército lançou uma vasta ofensiva no distrito tribal do Waziristão do Sul, na fronteira com o Afeganistão, e principal reduto do TTP. Na sexta-feira passada, em plena oração semanal, pelo menos quatro terroristas invadiram uma mesquita de um bairro militar da cidade de Rawalpindi, na periferia de Islamabad, e mataram 36 pessoas, entre elas 17 crianças, abrindo fogo contra os fiéis e detonando explosivos. A Al-Qaeda e o TTP declararam a jihad (guerra santa) contra Islamabad e seu Exército em 2007, por não aceitarem a aliança do Paquistão com os Estados Unidos desde o fim de 2001 na “guerra contra o terrorismo”.

Desde a posse de Barack Obama, os Estados Unidos intensificaram a pressão sobre o governo e as tropas paquistanesas, por acreditar que Islamabad concentrava as ofensivas contra os talibãs paquistaneses, responsáveis pelos atentados em seu próprio território, mas não contra os talibãs afegãos nem contra os insurgentes da Al-Qaeda.

Washington também multiplicou nos últimos meses os disparos de mísseis a partir de aviões sem piloto da CIA, baseados no Afeganistão, para tentar eliminar, nas zonas tribais paquistanesas, os talibãs afegãos e líderes da rede de Osama bin Laden. Segundo fontes paquistanesas, um míssil matou três pessoas na terça-feira no distrito tribal do Waziristão do Norte, onde Washington e analistas acreditam que Bin Laden está escondido.

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