O Panamá está a libertar a maioria dos 35 tripulantes norte-coreanos detidos há mais de quatro meses por contrabandear armas cubanas a bordo de um navio, disse um alto funcionário do governo, esta quarta-feira (27).
O director de Análises Antiterroristas do Ministério das Relações Exteriores do Panamá, Tomas Cabal, disse que 32 membros da tripulação serão libertados e deverão deixar o país até quinta-feira. Os três restantes, de cargos mais elevados, ainda enfrentam acusações de ameaçar a segurança do Panamá e transportar armas não declaradas através do Canal do Panamá.
“Os tripulantes efectivamente já estão libertados. A ordem de libertação já está a ser feita e vão para Havana. Entendo que entre hoje Quarta e quinta-feira eles devem partir”, disse Cabal. O barco foi apreendido em meados de Julho por uma fragata panamenha quando pretendia cruzar o canal. As autoridades encontraram, além das armas, dois aviões de combate MiG-21 e sistema de radar de mísseis escondidos entre dezenas de milhares de sacos de açúcar.
Antes de as armas serem descobertas, Cuba afirmou que estava a enviar 240 toneladas de armas obsoletas da era soviética para serem reparadas na Coreia do Norte e devolvidas à ilha e que a carga era uma doação de açúcar à população norte-coreana.
A libertação da tripulação fecha um capítulo entre os três países que provocou controvérsia internacional pelo contrabando de armamento, o que, segundo a Organização das Nações Unidas, constituiu uma violação das sanções da ONU contra a transferência de armas a Pyongyang.
As autoridades panamenhas disseram que os 32 tripulantes que estão a ser libertados pareciam não saber sobre a carga da embarcação. Ainda não está claro o que acontecerá com o navio, assim como com a multa de 1 milhão de dólares imposta pela Autoridade do Canal do Panamá.